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Vida de São Maurílio de Angers e São Eulógio (13 de setembro)



São Maurílio de Angers
São Maurílio de Angers.

Maurílio, natural de Milão, estabeleceu-se na cidade francesa de Touraine, onde se converteu em discípulo de São Martinho, que lhe conferiu as ordens sacerdotais. Foi um missionário entusiasta e vigoroso que sabia tirar o máximo proveito das oportunidades; por exemplo, quando um raio caiu sobre um templo pagão, Maurílio convocou o povo para indicar-lhes que aquele tinha sido um ato da cólera de Deus e, no mesmo instante, com a ajuda voluntária de todos, iniciou a construção de uma igreja cristã sobre os escombros do templo pagão. Foi nomeado bispo de Angers e governou sua sede com virtude e prudência durante trinta anos.


Em tempos posteriores a este santo, certos escritores adornaram sua existência com uma série de fábulas absurdas. Aí está, sem ir mais longe, o caso de um jovem agonizante que solicitou ao bispo os últimos sacramentos, mas este tardou em acudir e encontrou o jovem já morto. Acongoado pelos remorsos, o prelado abandonou sua sede e fugiu para as costas da Bretanha. À beira do mar, deteve-se junto a uma rocha na qual escreveu estas palavras: “Eu, Maurílio de Angers, passei por aqui”. Depois, tomou um barco e se trasladou às ilhas britânicas, mas, ao cruzar o canal, a chave de sua catedral caiu por acidente no mar. Entretanto, a população de Angers não conseguia superar a tristeza por haver perdido seu bispo e propôs-se a encontrar seu paradeiro. Um grupo de cidadãos seguiu suas pegadas até a Bretanha e descobriu a inscrição na rocha. Vários homens de Angers decidiram ir buscá-lo nas ilhas e, em consequência, tomaram uma barca para atravessar o canal; quando navegavam, um peixe saltou dentro da barca; no ventre do peixe encontrou-se a chave da catedral de Angers. Após algumas investigações infrutíferas, encontraram Maurílio que trabalhava como jardineiro, e lhe rogaram que regressasse a ocupar sua sede. “Não posso jamais regressar a Angers”, disse o prelado, “porque perdi a chave de minha igreja”. Contudo, quando os cidadãos lhe mostraram a chave que haviam encontrado no ventre do peixe, o bispo os seguiu de bom grado e, ao chegar à sede, encaminhou-se diretamente ao túmulo do jovem que, por sua culpa, havia morrido sem confissão. Diante do sepulcro, chamou o morto pelo nome, e o jovem saiu da tumba vivo, razão pela qual se lhe deu o nome de Renatus (René) e permaneceu junto a São Maurílio, sucedendo-o na sede episcopal de Angers. René é venerado como santo tanto em Angers, com esse nome, quanto em Sorrento, com o de Renato, e afirma-se que também foi bispo daquela cidade italiana.


A fábula do objeto que se volta a encontrar no ventre de um peixe figura nas lendas de Santo Ambrósio de Cahors, São Kentigerno, São Maglório e outros, assim como em diversos personagens não cristãos, como na história do anel de Policrates. Em Angers existe a tradição de que foi São Maurílio quem estabeleceu na diocese a festividade da Natividade de Nossa Senhora, em consequência de que um de seus fiéis teve uma visão de anjos músicos na noite de 8 de setembro; mas este caso merece tão pouco crédito quanto muitas outras histórias que se contam sobre o santo bispo.


No dia 3 deste mesmo mês de setembro, celebra-se a festa de outro São Maurílio, um bispo de Cahors que morreu no ano de 580.


Falou-se de uma falsificação deliberada no escrito que, outrora, passava por ser a biografia autêntica de São Maurílio. Certo diácono chamado Arcanaldo reescreveu, em 905, um relato anterior sobre o santo e afirmou que o original havia sido escrito por Venâncio Fortunato e corrigido e aumentado por Gregório de Tours. A fraude foi denunciada e exposta por Launoy em 1649, e as discussões sobre o particular encontram-se no Acta Sanctorum, set. vol. IV. A biografia autêntica, escrita por Magnobodus por volta do ano 620, foi editada parcialmente por R. B. Krusch quando escreveu sobre Venâncio em MGH., Auctores Antiquissimi, vol. IV, parte 2, pp. 84-101. Ver também Analecta Bollandiana, vol. XVI (1899), pp. 417-421 e J. Levron, Les saints du pays angevin (1943), pp. 53-64. [1]




Santo Eulógio I de Alexandria.
Santo Eulógio I de Alexandria.

Eulógio era sírio de nascimento; desde muito jovem fez-se monge e, com o tempo, chegou a ser abade do mosteiro da Mãe de Deus, em Antioquia. Entre os muitos males que então afligiam a Igreja, figuravam a desordem e a confusão em que os monofisitas haviam lançado a Igreja de Alexandria. Aquela situação necessitava de medidas enérgicas e de um pastor hábil e prudente que as impusesse. À morte do patriarca João, em 579, São Eulógio foi elevado a essa dignidade. Dois ou três anos depois, Eulógio viu-se obrigado a trasladar-se a Constantinopla por assuntos de sua igreja e aí encontrou-se com São Gregório Magno, que, então, era o representante do Papa (apocrisiário) na corte bizantina. Entre os dois homens de Deus surgiu uma profunda amizade, como demonstram as numerosas cartas trocadas entre São Gregório e São Eulógio. Em uma dessas cartas, São Gregório, já Papa, refere-se ao êxito do monge Agostinho entre os anglos pagãos “que vivem num recanto do mundo” e declara que, no Natal anterior, dez mil anglos haviam sido batizados; na mesma epístola, São Gregório usa esse acontecimento para encorajar os esforços de Eulógio contra os monofisitas. Em um dos parágrafos parece indicar-se que São Eulógio teve algo a ver com a organização da missão de Santo gostinho na Inglaterra. São Gregório, que já se vira na necessidade de repreender o patriarca de Constantinopla, João IV, o Jejuador, por ter assumido o pomposo título de “Patriarca Ecumênico” e que, como sinal de protesto, passou desde então a assinar-se “Servo dos Servos de Deus”, reprovou também a São Eulógio por dirigir-se a ele com o título de “Papa Ecumênico”. “Eu não desejo ser exaltado em palavras, mas em virtudes”, escreveu mais tarde. “Acabemos com essas palavras inchadas de orgulho que ofendem a caridade”. Entre os numerosos escritos de São Eulógio, voltados sobretudo a combater as heresias, só se conservam um sermão e alguns fragmentos. Um de seus tratados foi submetido à censura de São Gregório, e este o aprovou com estas palavras: “Em teus escritos não encontro nada que não seja admirável”. São Eulógio não sobreviveu por muito tempo a seu amigo e morreu em Alexandria por volta do ano 607.


Além do Acta Sanctorum, sept. vol. IV, encontra-se um relato sobre São Eulógio na Patrologia de Bardenhewer, pp. 575-576, assim como em DCB, vol. II, p. 283. Suas obras foram impressas em Migne, PG, vol. LXXXVI. Ver também a Theologische Quartalschrift, vol. LXXVIII, pp. 353-401. A carta do Papa Gregório I a que nos referimos encontra-se no lib. VII, índice I, n.º 30 de suas Epistolae. [2]


Referência:


  1. Butler, Alban. Vida dos Santos, vol. 3, pp. 558-559.

  2. Ibid. pp. 559-560.


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