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Um católico pode celebrar o Halloween? A origem pagã e o sentido espiritual do 31 de outubro

Nossa Senhora Auxiliadora por Giuseppe Rollini
Nossa Senhora Auxiliadora, por Giuseppe Rollini.

A Vigília de Todos os Santos


A vigília desta Festa é popularmente chamada de "Hallowe'en" ou "Halloween". Solenidade celebrada no primeiro de novembro. Foi instituída para honrar todos os santos, conhecidos e desconhecidos, e, segundo Urbano IV, para suprir quaisquer deficiências na celebração das festas dos santos pelos fiéis durante o ano.


Nos primeiros tempos, os cristãos costumavam solenizar o aniversário da morte de um mártir por Cristo no local do martírio. No século IV, as dioceses vizinhas começaram a intercambiar Festas, a transferir relíquias, a dividi-las e a unir-se numa Festa comum; como mostra o convite de São Basílio de Cesareia (379) aos bispos da província do Ponto. Frequentemente, grupos de mártires sofriam no mesmo dia, o que naturalmente levava a uma comemoração conjunta. Na perseguição de Diocleciano, o número de mártires tornou-se tão grande que não se podia designar um dia separado para cada um. Mas a Igreja, sentindo que todo mártir deveria ser venerado, designou um dia comum para todos. O primeiro vestígio disso encontramos em Antioquia no domingo depois de Pentecostes. Encontramos também menção de um dia comum num sermão de Santo Efrém da Síria (373) e na 74ª homilia de São João Crisóstomo (407). A princípio, apenas os mártires e São João Batista eram honrados com um dia especial. Outros santos foram acrescentados gradualmente, e aumentaram em número quando um processo regular de canonização foi estabelecido; ainda assim, já em 411 há no Calendário Caldeu uma "Comemoração dos Confessores" para a sexta-feira depois da Páscoa. No Ocidente, Bonifácio IV, em 13 de maio de 609 ou 610, consagrou o Panteão em Roma à Santíssima Virgem e a todos os mártires, ordenando um aniversário. Gregório III (731-741) consagrou uma capela na Basílica de São Pedro a todos os santos e fixou o aniversário para 1º de novembro. Já existia em Roma uma basílica dos Apóstolos, e sua dedicação era lembrada anualmente em 1º de maio. Gregório IV (827-844) estendeu a celebração de 1º de novembro a toda a Igreja. A vigília parece ter sido realizada tão cedo quanto a própria Festa. A oitava foi acrescentada por Sisto IV (1471-84). 1



A origem do Halloween, o dia das bruxas


"Doçura ou travessura", Evening Star (Washington, DC), 28 de outubro de 1962.
"Doçura ou travessura", Evening Star (Washington, DC), 28 de outubro de 1962.

A origem do chamado “Halloween” remonta às tradições dos povos celtas que habitaram a Gália (atual França) e as Ilhas Britânicas entre os séculos VII a.C. e VIII d.C. O festival celta era conhecido como “Samhain“, palavra irlandesa que significa “fim do verão” (de samh = verão, e fuin = fim). Celebrava-se entre 30 de outubro e 2 de novembro, marcando o término da colheita e o início do inverno.2


Para os antigos celtas, essa transição de estação abria uma passagem entre o mundo dos vivos e o dos mortos. Acreditava-se que espíritos e entidades malignas, como os chamados Pooka, poderiam vagar pela terra e destruir as colheitas. Para aplacar essas forças, os druidas — sacerdotes da religião celta — ofereciam comida aos espíritos e usavam máscaras e roupas assustadoras, acreditando que, assim, poderiam confundi-los e evitar perseguições.



Paganismo e profanação moderna


Lutero como a gaita de foles do diabo, caricatura de Eduard Schoen c. 1535, Castelo de Friedenstein, Gota, Alemanha.
Lutero como a gaita de foles do diabo, caricatura de Eduard Schoen c. 1535, Castelo de Friedenstein, Gota, Alemanha.

Com o declínio da religião druídica (a partir do século II d.C.) e a cristianização progressiva da Europa, as antigas celebrações foram desaparecendo, embora certos costumes populares tenham permanecido sob forma folclórica.


Séculos mais tarde, em 31 de outubro de 1517, a data que outrora evocava a oração e a piedade cristã foi profanada por um ato de revolta: Martinho Lutero afixou suas 95 Teses em Wittenberg, rompendo a unidade da Igreja e dando início à mais devastadora heresia dos tempos modernos. O seu ato gerou uma enxurrada maligna, que desencadeou por toda a cristandade as forças da rebelião e da apostasia — no mesmo dia em que, desde tempos antigos, se acreditava que os demônios se manifestam sobre a terra. Não por acaso, pois a sua revolução espiritual pareceu abrir as próprias portas do inferno, libertando os espíritos da desobediência que se espalharam pelo mundo.


São João Bosco descreve Lutero nestes termos contundentes:


“Lutero foi o primeiro a levantar a bandeira da rebelião contra a fé católica, e foi o principal autor dos males que amarguraram a Igreja neste tempo. […] Com seu sistema perverso de submeter a palavra de Deus ao exame e juízo de cada um, causou mais dano à religião católica do que todos os hereges da idade passada; de maneira que, com justiça, se pode chamar este apóstata o primeiro precursor do Anticristo.3

Assim, o 31 de outubro de 1517 não apenas marcou uma cisão histórica, mas também simbolizou — aos olhos da fé — o dia em que os demônios da soberba e da desobediência irromperam contra a Esposa de Cristo, abrindo uma nova era de confusão espiritual que perdura até hoje.


Hoje, o Halloween é amplamente difundido como uma festa secular que exalta o medo, o grotesco e o ocultismo satânico — elementos que contrastam radicalmente com a santidade e a pureza celebradas no Dia de Todos os Santos.


Assim, não é mera coincidência que o Halloween anteceda a Festa de Todos os Santos: a noite em que as trevas procuram afirmar-se antes que brilhe a luz da glória dos santos. Por isso, nenhum católico fiel deve e nem pode celebrar ou participar dessa festividade satânica, cuja origem e simbolismo estão profundamente marcados pelo paganismo e pela irreverência ao sagrado.



Referência:


1. "All Saints' Day.", The Catholic Encyclopedia. Vol. 1. Robert Appleton Company, 1907.

2. Encyclopaedia Britannica, 15th ed., “Samhain.”

3. São João Bosco, História Eclesiástica, cap. I, pp. 209–210.



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