Vida de Santo Antônio Maria Claret e São Crisanto e Santa Dária, Mártires (25 de outubro)
- Sacra Traditio

- 25 de out.
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SANTO ANTÔNIO MARIA CLARET, ARCEBISPO DE SANTIAGO DE CUBA, FUNDADOR DOS FILHOS DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA (1870 d.C.)

“Tendo-me pedido o padre José Xifré, Superior dos Missionários Filhos do Coração de Maria, diversas vezes, verbalmente e por escrito, uma biografia de minha insignificante pessoa, sempre me escusei, e ainda agora não decidiria escrevê-la se ele não me tivesse mandado. Somente por obediência o faço e por obediência revelarei coisas que eu preferia manter ignoradas. Seja isto, contudo, para a maior glória de Deus e de Maria Santíssima, minha doce Mãe, e confusão deste miserável pecador”.1
Ao iniciar sua autobiografia com estas palavras, deixou claro Santo Antônio Maria Claret que contaria a ação de Deus em sua vida apenas pela necessidade de obedecer à voz do superior geral da ordem… por ele mesmo fundada! Tal é a força da santa obediência, até para um fundador! No entanto, afirma seu confessor: “Quem conhecesse o servo de Deus como eu o conhecia, perceberia facilmente, ao ler suas mencionadas anotações, que ele diz menos do que se cala, querendo deste modo, sem dúvida, cumprir o preceito imposto pela obediência sem prejuízo de sua profunda humildade”.2 Apesar disso, fica registrada para a História uma vida marcada pela grandeza da humildade, e sua pena revela os mais belos contrastes harmônicos de uma personalidade ímpar que cruzou boa parte do século XIX, numa existência profícua em fatos memoráveis.
Infância do santo
Nascido numa família de profundas raízes religiosas, diz o Santo a respeito de sua primeira infância: “A Divina Providência sempre velou por mim de forma particular”.3 Apesar de seu nome imponente, Antônio Maria Claret y Clara foi um arcebispo de origem relativamente humilde. Nasceu em 1807, em Sallent, na Espanha. Na juventude, trabalhou com seu pai como tecelão e, em seus momentos livres, aprendia latim e o ofício de tipógrafo.4 É interessante notar que, ao contar sua origem, menciona a pequena Sallent, onde nasceu, na Diocese de Vic, província de Barcelona, bem como os pais, Juan Claret e Josefa Clará — a quem qualifica como “honrados, tementes a Deus, muito devotos do Santíssimo Sacramento do Altar e de Maria Santíssima” —, mas não a data de seu nascimento, apenas a de Batismo: 25 de dezembro de 1807.
As primeiras ideias de que tem memória remontam aos seus cinco anos. Havendo recebido dos pais as primeiras noções de bem e mal, Céu e inferno, tinha noites de insônia e se punha a pensar na eternidade:
“sempre, sempre, sempre; imaginava distâncias enormes, e a estas se acrescentavam outras e outras, e ao ver que não alcançava o fim, estremecia e pensava: aqueles que tiverem a desgraça de ir para a eternidade de penas, jamais deixarão de sofrer, sempre padecerão? Sim, sempre, sempre terão de penar!”.
E se condoía do fundo da alma.
Este pensamento foi o motor, “a mola e o aguilhão de meu zelo pela salvação das almas”, do apostolado em prol da “conversão dos pecadores, no púlpito, no confessionário, por meio de livros, estampas, folhetos, conversas familiares”. Pois,
“ao ver a facilidade com que se peca, a mesma com que se toma um copo d’água, por riso ou por diversão; ao ver a multidão de pessoas continuamente em pecado mortal e que vão assim caminhando para a morte e para o inferno, não posso ter repouso, preciso correr e gritar”.
A esta preocupação pela salvação das almas, não tardou em unir-se o zelo pela glória de Deus: “Se um pecado é de uma malícia infinita, impedir um pecado é impedir uma injúria infinita a meu Deus, a meu bom Pai”.
Aspiração ao sacerdócio

Bem menino ainda entrou na escola, onde aprendeu as primeiras letras. Vivo e inteligente, tudo assimilava com rapidez, em especial o catecismo e a História Sagrada. Aos dez anos fez a Primeira Comunhão e, a partir daí, não mais deixou de frequentar os Sacramentos. Logo despertou-se no pequeno Antônio a vocação sacerdotal: “Com que fé, confiança e amor falava com o Senhor, com meu bom Pai! Eu me oferecia mil vezes a seu santo serviço, desejava ser sacerdote para consagrar-me dia e noite a seu ministério”. Encaminharam-no ao estudo do latim, mas o curso fechou alguns anos depois e as dificuldades da época obrigaram o pai a levá-lo para trabalhar em sua pequena fábrica de fios e tecidos, em vez de mandá-lo ao seminário.
Como primeira tarefa, enchia os carretéis das lançadeiras dos teares. Mais tarde tornou-se chefe dos operários, e nesta função aprendeu “como é verdade que melhor proveito se tira tratando os outros com doçura do que com aspereza e irritação”.
Entretanto, ele considera esta fase de sua vida como um período de entibiamento, por se ter lançado com ímpeto no mundo dos teares, trocando sua vocação pelas máquinas, desenhos e urdiduras. Em 1825 encaminha-se a Barcelona, onde se aperfeiçoou na arte da tecelagem. Autodidata, só de analisar as mostras de tecidos vindos de Paris ou Londres já ideava um meio de fabricá-los, com resultados idênticos ou melhores. Por três anos estes assuntos ocuparam sua mente a ponto de ter, mesmo durante a Missa, “mais máquinas na cabeça do que santos havia no altar”.
Até que, como uma flecha aguçada a penetrar-lhe o coração, em plena Missa recordou-se desta passagem do Evangelho: “Que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?” (Mc 8, 36). “Senti-me, como Saulo, no caminho de Damasco […]. Despertaram-se em mim os fervores de piedade e devoção”.
De cartuxo a jesuíta
Decidiu tornar-se cartuxo para fugir do século, com grande pesar do pai, que punha a esperança de seus negócios no talento do filho. Voltou para Vic e iniciou os estudos de filosofia, tomando gosto pela contemplação, disciplina e penitência. Para onde fora seu desejo de ser apóstolo e salvar almas? É que as vias de Deus não são humanas…
A caminho da Cartuxa de Monte Alegre, próxima de Barcelona, enfermou-se gravemente e precisou regressar a Vic. Compreendeu, então, haver sido circunstancial o chamado à vida contemplativa: “O Senhor me levava mais longe para desligar-me das coisas do mundo, e para que, desapegado de todas elas, me fixasse no estado clerical”.
Afinal, ingressou no seminário e, completados os estudos, foi ordenado sacerdote em 13 de junho de 1835. Enviado para a Paróquia de Santa Maria, em sua cidade natal, constituiu para si uma rigorosa regra de vida. Sem embargo, Deus o incitava a ser missionário.
“Em muitas passagens da Santa Bíblia sentia a voz do Senhor que me chamava a pregar. O mesmo acontecia na oração. Assim, decidi deixar o curato, ir a Roma e apresentar-me à Congregação de Propaganda Fide para ser mandado a qualquer parte do mundo”.
Lá chegando, o Cardeal Giacomo Filipo Fransoni, Prefeito da Congregação, estava de viagem. O padre Claret aproveitou a espera para fazer com os jesuítas os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola e, ao terminá-los, prestou contas de suas disposições de alma ao padre diretor. Este o convidou para entrar na Companhia de Jesus: “tornei-me jesuíta da noite para o dia”.
Missionário e fundador

O tempo do noviciado lhe foi muito útil: “Ali aprendi o modo de dar os Exercícios de Santo Inácio, o método de pregar, catequizar, confessar, com grande utilidade e proveito”. Sentia-se muito bem na Companhia de Jesus, mas um problema na perna o levou à enfermaria e não havia como curá-lo. Os superiores viram nisto um sinal sobrenatural de não estar ele onde era chamado por Deus e determinaram seu regresso à Espanha, incentivando-o a entrar, de fato, nas sendas das missões.
O Bispo de Vic, Dom Luciano Casadevall, enviou-o para a aldeia montanhosa de Viladrau, onde começou seu trabalho de conquistar almas para o Céu. Jamais ia a lugar algum sem ser mandado. E aconselhava aos missionários: “Não temam as dificuldades que se apresentem ou as perseguições que se levantem; Deus os enviou pela obediência, Ele os protegerá”. Tal como os Apóstolos, com ufania anunciava o Evangelho, expulsava demônios e curava muitas doenças. Assim fez o Pe. Antônio e, durante dez anos, pregou missões e retiros por toda a Catalunha.
Ao voltar de uma viagem evangelizadora nas Ilhas Canárias, em meados de maio de 1849, pôs em prática um plano já bem refletido de fundar uma congregação de sacerdotes missionários, na qual cada membro devia ser
“um homem que arde em caridade e abrasa por onde passa; deseja eficazmente e procura por todos os meios atear no mundo inteiro o fogo do divino amor. Nada o amedronta; delicia-se com as privações; busca os trabalhos; abraça os sacrifícios; compraz-se com as calúnias e se alegra com os tormentos. Não pensa senão em como seguirá e imitará Jesus Cristo no trabalhar, sofrer, e procurar sempre unicamente a maior glória de Deus e a salvação das almas”.
Nesse tempo ajudou a Beata Joaquina de Mas a fundar a Congregação das Carmelitas da Caridade. O zelo do santo inspirou outros sacerdotes a seguirem seu exemplo. Em 1849, graças sobretudo ao Pe. Claret, fundou-se a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria. Atualmente, os “claretianos”, como são chamados, estendem-se não apenas pela Espanha, mas também pela América e outras partes do mundo.
Perseguição em Cuba

Alegando não poder abandonar a livraria religiosa que dirigia, bem como sua congregação nascente, recusou. Todavia, ao receber ordem formal de seu prelado para aceitar, confiou a pequena comunidade a Maria Santíssima e, tendo sido ordenado Bispo, partiu para Barcelona, a fim de cruzar o Atlântico rumo à sua arquidiocese.
É impossível narrar aqui as aventuras da viagem, na qual cada parada servia-lhe de pretexto para pregar, e menos ainda tudo quanto na antiga Pérola do Caribe se passou em termos de riscos, catástrofes naturais, epidemias, trabalhos e peripécias missionárias. Ele pôs ordem em tudo e a força de sua palavra serenava revoltas, moralizava os costumes e obtinha conversões em massa. “Em seis anos e dois meses visitei quatro vezes cada paróquia”, escreveu ele.
A tarefa era extremamente difícil, pois uma organização de fanáticos e turbulentos anticristãos combatia sistematicamente todas as reformas empreendidas pelo santo. Como se isso não bastasse, atentaram várias vezes contra sua vida. Em princípios de 1856, terminou um fogoso sermão, saiu da igreja e caminhava pela movimentada Calle Mayor da cidade de Holguin, quando sofreu um terrível atentado. Fingindo querer beijar seu anel episcopal, aproximou-se dele um delinquente, no intuito de cortar-lhe o pescoço com uma navalha de barbear. Como, porém, ele tinha naquele momento a cabeça inclinada e cobria a boca com um lenço, o golpe o atingiu no rosto, da orelha ao queixo, e no braço direito.
“Não posso explicar o prazer, o gozo e a alegria de minha alma ao ver que havia conseguido o que tanto desejava: derramar o sangue por amor a Jesus e Maria, e poder selar com o sangue de minhas veias as verdades evangélicas”,5 foi a reação do santo Bispo.
Algum tempo depois recuperou-se da profunda ferida, ficando, contudo, com o rosto bastante desfigurado, e regozijava-se por poder repetir com São Paulo: “trago em meu corpo as marcas de Jesus Cristo” (Gal 6, 17).
Em 1857, Santo Antônio regressou à Espanha como confessor da rainha Isabel II, depois de renunciar ao governo de sua diocese. Na corte, permanecia apenas o tempo estritamente necessário para cumprir suas funções, dedicando o restante à pregação de missões e à difusão de bons livros, especialmente em catalão. A ele deve a Espanha a fundação da Livraria Religiosa de Barcelona, que exerceu enorme influência no renascimento religioso do país. Diz-se que Santo Antônio pregou durante sua vida 10.000 sermões e escreveu cerca de 200 livros e folhetos para instrução e edificação do clero e do povo. Como reitor de El Escorial, fundou um laboratório científico, um museu de história natural, uma escola de música, outra de línguas, entre outras obras. O santo vivia em contínua união com Deus; entre as graças sobrenaturais mais notáveis que o Senhor lhe concedeu, contavam-se, além dos êxtases, os dons de profecia e de cura.
Nomeado confessor da rainha Isabel II, partiu de La Habana para Madri, em março de 1857. Afinal pôde contemplar os progressos de sua congregação. Exerceu a nova função com total integridade, sem entrar nas intricadas questões políticas da época; mas sua benéfica influência sobre a soberana e a sociedade deu origem a uma torrente de calúnias e perseguições, que culminaram com seu exílio na França. Antes, ele era admirado e até louvado por todos; com o desterro passou a ser desprezado pela opinião pública: “todos me odeiam e dizem que o padre Claret é o pior homem que jamais existiu e que sou a causa de todos os males da Espanha”,6 chegou a afirmar.

Milagre, Concílio Vaticano I e morte
Como prêmio por tanto amor a Deus, foram-lhe concedidos muitos favores místicos, entre os quais a previsão de acontecimentos futuros e a permanência Eucarística: “No dia 26 de agosto de 1861, estando em oração na Igreja do Rosário, em La Granja, às 7 horas da tarde, concedeu-me o Senhor a grande graça da conservação das Espécies Sacramentais, de ter sempre, dia e noite, o Santíssimo Sacramento no peito; por isso, devo estar sempre muito recolhido e devoto interiormente; ademais, devo rezar e fazer frente a todos os males da Espanha, como me disse o Senhor”.
Ancião, enfermo e cansado, ainda teve fôlego para assistir ao Concilio Vaticano I e ali comoveu a assembleia com seu discurso em defesa da infalibilidade pontifícia. Em 24 de outubro de 1870, de regresso à França, abrasado de caridade e fugindo de seus perseguidores, entregou sua alma a Deus no Mosteiro Cisterciense de Fontfroide. Foi canonizado em 1950.
Este belo trecho de uma ardente oração por ele composta no noviciado jesuíta resume a sede de almas que o consumia no curso de toda a sua vida:
“Como se dirá que tenho caridade ou amor a Deus se, vendo meu irmão em necessidade, não o socorro? […] Como terei caridade se, sabendo que lobos vorazes estão degolando as ovelhas de meu Senhor, me calo? Como terei caridade se emudeço ao ver como roubam as joias da casa de meu Pai, joias tão preciosas que custaram o Sangue e a vida do próprio Deus, e ao ver que atearam fogo à casa e à herança de meu amadíssimo Pai? Ah! Minha Mãe, não posso calar-me em tais ocasiões. Não, não me calarei, mesmo sabendo que serei despedaçado […]. E se ficar rouco ou mudo de tanto gritar, levantarei as mãos aos Céus, se eriçarão meus cabelos e baterei os pés no chão para suprir a falta de minha língua. Portanto, minha Mãe, desde já começo a falar e a gritar, e recorro a Vós. Sim, a Vós, que sois Mãe de misericórdia: dignai-Vos socorrer em tão grande necessidade; não me digais que não podeis, pois sei que na ordem da graça sois onipotente. Dignai-Vos, eu Vos suplico, dar a todos a graça da conversão, pois sem esta nada faríamos, e então enviai-me e vereis como se convertem”.7
Veja-se J. Echevarría, Recuerdos de Antonio Claret (1938), e D. Sargent, The Assignments of Antonio Claret (1950). Em espanhol e catalão existem numerosas biografias: as de L. Clotet (1882) e J. Blanch (1924) foram traduzidas ao francês. Em Acta Apostolicae Sedis, vol. XLIV (1952), pp. 345–358, pode-se ver o decreto de canonização e um resumo biográfico. 8

O culto desses mártires em Roma, que remonta a tempos muito antigos, prova que realmente existiram e deram a vida por Cristo; mas o relato de seu martírio é uma invenção de data muito posterior. Segundo esse relato, Crisanto era filho de um patrício chamado Polemio, que se mudou com o filho de Alexandria para Roma, durante o reinado de Numeriano. Um sacerdote chamado Carpóforo instruiu e batizou Crisanto. Ao saber disso, Polemio ficou extremamente indignado e, com o objetivo de fazer Crisanto renunciar à castidade e à sua nova religião, introduziu em seu quarto cinco mulheres de má vida. Como a estratagema não surtiu efeito, Polemio propôs ao filho que se casasse com uma sacerdotisa de Minerva chamada Dária. Não se sabe como nem por que Crisanto aceitou a proposta do pai, mas ele converteu Dária ao cristianismo, e ambos guardaram a virgindade no matrimônio. Juntos converteram muitos personagens da sociedade romana. Finalmente, foram denunciados e compareceram diante do tribuno Cláudio. Este entregou Crisanto a um pelotão de soldados, com a ordem de obrigá-lo por todos os meios a oferecer sacrifícios a Hércules. Os soldados submeteram Crisanto a diferentes torturas, mas a firmeza do mártir foi tamanha que o próprio tribuno, sua esposa Hilária e seus dois filhos confessaram a Cristo. Também os soldados seguiram seu exemplo. O imperador mandou assassinar a todos. Hilária conseguiu escapar, mas foi capturada mais tarde, quando orava diante do sepulcro dos mártires.
O Martirológio Romano comemora São Cláudio e seus companheiros no dia 3 de dezembro. Enquanto isso, Dária foi enviada a uma casa de prostituição, onde foi defendida por um leão que havia escapado do circo. Para matar a fera, os soldados tiveram de incendiar a casa. Dária e Crisanto compareceram então diante do próprio Numeriano, que os condenou à morte. Primeiro foram apedrejados e depois enterrados vivos em uma antiga mina de areia da Via Salaria Nova. No aniversário da morte dos mártires, alguns cristãos se reuniram ali para rezar junto ao seu sepulcro. O imperador soube que os fiéis estavam dentro e mandou fechar a entrada da mina com pedras e terra, de modo que os cristãos morreram ali. Tratava-se dos santos Diodoro (sacerdote), Mariano (diácono) e seus companheiros, que são comemorados em 1º de dezembro.

É provável que São Crisanto e Santa Dária tenham realmente sido apedrejados e enterrados vivos em uma mina. Conta-se que o túmulo deles e o dos cristãos martirizados no dia de seu aniversário foi descoberto mais tarde. São Gregório de Tours descreveu de ouvir dizer o santuário erguido sobre a mina, mas sem nomear os mártires. No século IX, as supostas relíquias de São Crisanto e Santa Dária foram trasladadas para Prüm, na Prússia renana, e quatro anos depois para Münstereifel, onde se encontram atualmente. O sepulcro dos mártires situava-se nas proximidades do cemitério de Trasão, na Via Salaria Nova, onde existem várias antigas minas de areia.
Existem dois textos da lenda: um grego e outro latino. Ambos se encontram no Acta Sanctorum, outubro, vol. XI. Em CMH. (12 de agosto), Delehaye discute amplamente os dados históricos. O dia 12 de agosto é propriamente a data da comemoração desses mártires, mas eles também são mencionados em 20 de dezembro. Delehaye observa que a data de 25 de outubro, escolhida pelo Martirológio Romano para a celebração da Festa, provém provavelmente de um relato da trasladação das relíquias nessa data. O calendário de mármore de Nápoles (c. 850) parece confirmar essa opinião. Sabe-se que o Papa São Dâmaso escreveu um epitáfio para o sepulcro dos mártires; porém, o que lhe era antigamente atribuído data certamente de uma época posterior. Veja-se J. P. Kirsch, Festkalender (1924), pp. 90–93; e DAC., vol. III, cc. 1560–1568. 9
Referência:
Retirado, traduzido e modificado levemente para melhor contexto, do livro Vida dos Santos de Butler e do artigo "Santo Antônio Maria Claret – Consumido pela sede de almas".
1. Santo Antônio Maria Claret. Autobiografía, n.1. In: Escritos autobiográficos y espirituales. Madrid: BAC, 1959, p.179-180.
2. Introducción a la Autobiografía. In: Santo Antônio Maria Claret. Escritos autobiográficos y espirituales, op. cit., p.153.
3. Santo Antônio Maria Claret. Autobiografía, op. cit., n.7, p.184.
4. Butler, Alban. Vida dos Santos, vol. 4, p. 198.
5. Santo Antônio Maria Claret. Autobiografía, op. cit., n.577, p.352.
6. Documentos autobiográficos (Santo Antônio Maria Claret). XII – Confesor Real. In: Escritos autobiográficos y espirituales, op. cit., p.460.
7. Idem, n.158-160, p.237.
8. Butler, Alban. Vida dos Santos, vol. 4, p. 199.
9. Ibid. pp. 199-200.


























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