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Vida dos Santos Sisto II, Felicíssimo, Agapito e mártires: A Transfiguração de Jesus (6 de agosto)



A TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR

O REDENTOR quis manifestar sua majestade no mistério da Transfiguração para mostrar que, no meio do sofrimento, encontra-se a consolação e para nos deixar um símbolo sensível da glória que nos espera no outro mundo. Estando na Galileia, mais ou menos um ano antes da Paixão, Cristo escolheu como testemunhas de sua glória os três discípulos prediletos que deveriam presenciar mais tarde a agonia no Horto das Oliveiras: Pedro, Tiago e João. Quis que fossem três testemunhas, para que não se pudesse duvidar de seu testemunho e, ao mesmo tempo, não quis mostrar publicamente sua glória para nos ensinar a guardar em segredo as graças e favores espirituais que recebemos. Quem se vangloria dessas graças não é guiado pelo Espírito de Deus, mas pelo amor-próprio ou orgulho, que o expõe a ilusões perigosas. Os verdadeiros discípulos de Cristo amam o oculto e, sem por isso deixarem de convidar todas as criaturas a louvar com eles a Deus, têm por lema as palavras de Isaías (14, 16): “Meu segredo para mim”. Dessa forma, evitam que lhes seja atribuída a glória que só a Deus se deve. Por isso, Jesus Cristo quis realizar o milagre de sua Transfiguração longe dos olhares dos homens e conduziu os três Apóstolos escolhidos a uma montanha, depois de anunciar-lhes que, como era seu costume, desejava retirar-se à oração na solidão.


A tradição afirma, como observam São Cirilo de Jerusalém, São João Damasceno e outros Santos Padres, que o Senhor se dirigiu ao Monte Tabor, que se ergue como uma espécie de monte de açúcar na planície da Galileia. Aquele foi o lugar onde o Filho de Deus se mostrou em toda sua glória. A Transfiguração aconteceu enquanto orava, porque é na oração que as almas recebem geralmente as consolações divinas e saboreiam a suavidade das doçuras de Deus. Muitos cristãos ignoram esse efeito da oração, porque jamais se consagraram a ela com fervor e perseverança, nem procuraram desprender-se das criaturas mediante a humildade, a abnegação de si mesmos e a mortificação dos sentidos. Quem não é puro de coração não verá a Deus. O cristão bem disposto recebe do Espírito Santo o espírito de oração e se purifica cada vez mais, espiritualizando seus afetos. A Transfiguração do Senhor é, entre outras coisas, o protótipo eminente da transfiguração dos afetos do cristão.


No Oriente é mais pronunciada do que no Ocidente a tendência de comemorar com festas especiais os acontecimentos narrados nos Evangelhos. Por conseguinte, o mais provável é que a festa da Transfiguração tenha origem oriental. O que se sabe com certeza é que antes do ano 1000 já se celebrava solenemente a festa da Transfiguração na Igreja bizantina, no dia 6 de agosto. Ver o Synaxarium Constant. (ed. Delehaye, p. 897), e Nilles, Kalendarium Manuale, vol. I, pp. 235-238. Algumas Igrejas do Ocidente celebravam esporadicamente a Transfiguração em datas diversas. O Papa Calisto III a converteu em festa da Igreja universal para comemorar a vitória obtida contra os turcos em 1456. Cf. F. G. Holweck, Calendarium festorum Dei et Dei Matris (1925), pp. 258-259. [1]



Papa Sisto II

São Sisto sucedeu a São Estêvão I no pontificado, no ano 257. Como a disputa sobre a validade do batismo conferido por hereges ainda estava em aberto, São Dionísio de Alexandria consultou São Sisto II em três cartas, aconselhando-o a ser paciente com os bispos africanos e asiáticos envolvidos na controvérsia. De fato, São Sisto II mostrou-se conciliador nesse ponto, limitando-se a esclarecer a verdadeira doutrina; seus sucessores seguiram a mesma linha até que o Concílio, citado por Santo Agostinho, condenou definitivamente o erro de que o batismo conferido por hereges seria inválido. Pôncio, biógrafo de São Cipriano, descreve São Sisto II como "sacerdote bom e pacífico".


O imperador Valeriano publicou seu primeiro decreto contra os cristãos em 257. A perseguição gerou muitos mártires e se intensificou no ano seguinte. Dois meses após o édito de Valeriano, São Cipriano escreveu aos bispos da África: “Valeriano enviou ao Senado uma ordem que manda condenar à morte bispos, sacerdotes e diáconos... Sabei que Sisto sofreu o martírio em um cemitério, no dia 6 de agosto, acompanhado de quatro diáconos. Em Roma, a perseguição é muito severa. Os que comparecem diante dos representantes do imperador não escapam do martírio nem da confiscação de todos os seus bens. Rogo-vos que comuniqueis estas notícias aos nossos colegas, para que os irmãos se preparem para a grande prova, que pensemos mais na imortalidade do que na morte, e que reine em nossos corações a alegria e não o temor, pois sabemos bem que os que confessam a Cristo não morrem, mas vão receber a coroa.


O martírio de São Sisto ocorreu em um cemitério, pois, durante as perseguições, os cristãos reuniam-se nas catacumbas para celebrar os divinos mistérios, apesar da proibição imperial. Assim, não é estranho que os soldados tenham surpreendido o Sumo Pontífice justamente enquanto ele pregava à assembleia, sentado em sua cátedra. Não se sabe se foi decapitado imediatamente ou se foi julgado primeiro. Foi sepultado no cemitério de São Calisto, na Via Ápia, em frente ao cemitério de Pretextato, onde foi capturado. Um século depois, o Papa São Dâmaso compôs uma inscrição para seu túmulo. São Sisto foi um dos Papas mais venerados após São Pedro, e seu nome figura no cânon da Missa.


Quatro diáconos foram presos junto com São Sisto e morreram com ele: São Genaro, São Vicente, São Magno e São Estêvão. Provavelmente, São Felicíssimo e São Agapito também sofreram o martírio no mesmo dia, sendo sepultados no cemitério de Pretextato. Como previu São Sisto, o outro diácono da Cidade Eterna, São Lourenço, foi martirizado quatro dias depois.


Os documentos que afirmam que São Sisto foi martirizado no dia 6 de agosto e sepultado na catacumba de São Calisto são muito antigos e confiáveis. O CMH. (pp. 420-421) resume esses documentos. Uma leitura equivocada da inscrição de São Dâmaso levou Prudêncio a pensar que São Sisto havia sido crucificado; na realidade, ele morreu pela espada. O Liber Pontificalis erra ao afirmar que São Felicíssimo, São Agapito e os "quatro diáconos" foram sepultados no cemitério de Pretextato; cf. as notas de Duchesne (vol. I, pp. 155-156) e Pio Franchi de Cavalieri em Studi e Testi, vol. VI, pp. 147-148. Acrescentemos que todas as versões da Passio S. Sixti carecem de valor histórico. Cf. Analecta Bollandiana, vol. 11 (1933), pp. 43-49. [2]


Referência:


  1. Butler, Alban. Vida dos Santos, vol. 3, p. 273.

  2. Ibid. pp. 273-274.


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Comentários


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“O ROSÁRIO
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Padre Pio
 

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Enquanto a modéstia não for colocada em prática a sociedade vai continuar a degradar, a sociedade fala o que é pelas roupas que veste.

- Papa Pio XII
 

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A castidade faz o homem semelhante aos anjos.”
- São Gregório de Nissa
 

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O sofrimento de Jesus na Cruz nos ensina a suportar com paciência nossas cruzes,
e a meditação sobre Ele é o alimento da alma.”


Santo Afonso MARIA de Ligório

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