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Vida dos Papas Víctor I e Inocêncio I e dos Santos Nazário e Celso, Mártires (28 de julho)

Atualizado: 26 de ago.



SANTOS NAZÁRIO E CELSO, MÁRTIRES

O pai de São Nazário era um oficial pagão do exército romano; sua mãe, ao contrário, era uma cristã muito fervorosa. Nazário foi instruído na fé por São Pedro e seus discípulos. Movido pelo zelo pela salvação das almas, partiu de Roma e pregou o Evangelho em várias cidades, com o fervor e o desinteresse próprios de um verdadeiro discípulo dos Apóstolos. Morreu decapitado em Milão, junto com Celso, um jovem que o acompanhava em suas viagens. O martírio ocorreu no início da perseguição de Nero. Os mártires foram sepultados em um pomar nos arredores da cidade. Pouco depois do ano 395, Santo Ambrósio descobriu as relíquias. O sangue de Nazário estava tão íntegro e fresco como se o santo tivesse morrido naquele mesmo dia. Santo Ambrósio transferiu os corpos dos mártires para a igreja dos Apóstolos, que acabava de construir. Uma mulher foi libertada de um espírito maligno na presença das relíquias.


Alban Butler tirou este breve relato de um sermão que São Enódio pregou na festa dos mártires; baseou-se também em outro sermão erroneamente atribuído a Santo Ambrósio e na biografia deste último escrita pelo diácono Paulino. Não é impossível que a tradição aceita em Milão no século IV tenha orientado Santo Ambrósio na busca das relíquias; mas o único fato que podemos afirmar com certeza é que ele as encontrou e as trasladou. As versões posteriores da lenda de São Nazário e São Celso são muito mais complicadas e estão cheias de contradições e dados fabulosos. A festa desses santos é celebrada junto com a dos papas Vítor I e Inocêncio I, e seus nomes aparecem no Cânon da Missa do rito ambrosiano.


O Pe. Fedele Savio estudou profundamente a lenda dos Santos Nazário e Celso em Ambrosiana (volume publicado por ocasião do centenário de Santo Ambrósio em 1897) e em Gli antichi vescovi d'Italia, parte 1 (1913). O autor demonstra que os quatro textos gregos e os dois textos latinos que possuímos derivam provavelmente de um original escrito na África no século IV. Ver também Acta Sanctorum, julho, vol. 1; e Delehaye, Les origines du culte des martyrs, pp. 79-80, etc. [1]


SÃO INOCÊNCIO I, PAPA (†417 d.C.)

Inocêncio I nasceu em Albano, perto de Roma, e sucedeu no pontificado a São Anastácio I no ano 401. Durante dezesseis anos, participou ativamente dos assuntos eclesiásticos. Sabemos pouco sobre a vida pessoal de São Inocêncio, mas sua obra demonstra que era um homem muito capaz, enérgico e vigoroso. O santo Pontífice ordenou a São Victrício, bispo de Ruão, que remetesse a Roma as causas de maior importância, e se expressou no mesmo sentido numa carta dirigida aos bispos da Espanha. Também aconselhou alguns prelados a fazer com que o clero observasse com mais rigor o celibato, segundo o costume de Roma. São Inocêncio apoiou São João Crisóstomo, que havia sido injustamente removido da Sé de Constantinopla pelo sínodo da “Encina”; com efeito, o Pontífice não apenas se recusou a reconhecer os sucessores de São João Crisóstomo, mas tentou em vão persuadir o imperador Arcádio a restituí-lo à sua Sé. Os bispos da África, que haviam condenado o pelagianismo nos Concílios de Cartago e Mileve no ano 416, escreveram ao Papa pedindo a confirmação de suas decisões. Em sua resposta, São Inocêncio lhes disse que “em questões de fé, os bispos de todo o mundo devem consultar São Pedro”, e os louvou por terem agido assim. Santo Agostinho anunciou a confirmação pontifícia em sua diocese de Hipona com estas palavras: “Dois concílios escreveram à Sé Apostólica sobre a questão. Roma falou. A questão está encerrada”. Tal é a origem do adágio: Roma locuta, causa finita est.


Durante o pontificado de São Inocêncio I, na última noite do ano 406, os bárbaros cruzaram o Reno. Quatro anos depois, Roma foi saqueada pelos godos. Inocêncio se encontrava então em Ravena, onde fora tentar persuadir o imperador Honório a ganhar os bárbaros com presentes. O santo Pontífice faleceu em 12 de março do ano 417.


A vida de São Inocêncio I, como a de São Vítor I, pertence mais à história geral do que à hagiografia. Nas cartas de São Inocêncio e nos documentos da época há muitos dados sobre seu pontificado. Ver Acta Sanctorum, julho, vol. VI; L. Duchesne, História da Igreja Primitiva, vol. II; DCB, vol. III, pp. 243–247. Sobre os decretos litúrgicos de São Inocêncio, cf. R. Connolly em Journal of Theological Studies, vol. XX (1919), pp. 215–226. [2]



SÃO VÍCTOR I, PAPA E MÁRTIR

São Víctor, originário da África, sucedeu no pontificado a São Eleutério por volta do ano 189. As virtudes que o prepararam para tão alto cargo fizeram dele um digno sucessor dos Apóstolos e o ajudaram a enfrentar as dificuldades de sua época. Por exemplo, certos cristãos da Ásia que viviam em Roma insistiam em celebrar a Páscoa segundo sua própria tradição, ainda que não fosse no domingo. Como alguns bispos da Ásia os apoiassem, São Víctor os ameaçou com excomunhão. Santo Irineu de Lyon e outros prelados protestaram contra a severidade do Pontífice, observando que até então haviam sido toleradas diferenças disciplinares para conservar a paz entre os cristãos. Ao que parece, a protesto teve sucesso.*


"O Papa Vítor I havia determinado que a Páscoa deveria ser celebrada sempre no mesmo dia da semana, excomungando os bispos que se opusessem à mudança. Sua decisão foi posteriormente confirmada pelo Primeiro Concílio de Niceia (325). Além disso, Víctor I instituiu o uso do latim nas Missas em vez do grego e condenou como herética a doutrina do adocionismo no ano de 190." [3] Mas São Víctor continuou defendendo, com perfeita razão, seu direito de exigir uniformidade em sua diocese, sem que outros bispos se intrometessem nisso. Outra das dificuldades com que o santo teve que lidar foi o ensino de certo comerciante de couro, originário de Bizâncio, chamado Teódoto, que sustentava que Jesus Cristo era simplesmente um homem dotado de poderes sobrenaturais.


São Víctor morreu antes do início da perseguição de Septímio Severo, e não há razão [histórica] para supor que tenha sido martirizado. Mas as perseguições que sofreu devido ao seu enérgico zelo pela fé lhe conferem o título de mártir que lhe atribui a liturgia. O nome de São Victor aparece no cânon da missa ambrosiana. Segundo São Jerônimo, o Santo Pontífice foi o primeiro a celebrar os sagrados mistérios em latim. Na Escócia, era-lhe prestada antiga devoção especial, devido à lenda de que havia enviado missionários àquela nação.


Quase tudo o que sabemos sobre São Victor provém de Eusébio e do Liber Pontificalis, que o qualifica de mártir. Ver também Acta Sanctorum, julho, vol. VI; e Duchesne, História da Igreja Primitiva, vol. 1, ed. 16. [4]


Referência:


  1. Butler, Alban. Vida dos Santos, vol. 3, pp. 203–204.

  2. Ibid. pp. 204-205.

  3. Kung, Hans. The Catholic Church: A Short History. New York; The Modern Library, 2003, p. 44.

  4. Ibid. p. 204.


NOTA:

* Santo Irineu de Lyon interveio junto ao Papa Vítor I em favor dos quartodecimanos da Ásia Menor, que celebravam a Páscoa conforme a tradição oriental. Ele argumentou que a diferença de prática não constituía heresia, e como resultado a excomunhão contra esses cristãos foi levantada, mantendo a unidade da Igreja.

Apesar de levantar a excomunhão para os quartodecimanos, o Papa Vítor I manteve sua firme decisão de punir outros bispos que se opunham à celebração da Páscoa no domingo, como estabelecido por Roma, visando a uniformidade litúrgica no Ocidente.


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