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Vida de Santo Alberto, Patriarca de Jerusalém e São Vicente Strambi (25 de setembro)



Santo Alberto, Patriarca de Jerusalém
Santo Alberto, Patriarca de Jerusalém.

No ano de 1099, quando os cruzados sob o comando de Godofredo de Bouillon estabeleceram o reino latino de Jerusalém, os hierarcas gregos foram afastados de suas principais sedes e igrejas e substituídos por bispos do Ocidente, cujos únicos fiéis se encontravam nas fileiras dos próprios cruzados. Dessa maneira, houve um “Patriarca Latino” em Jerusalém, e é lamentável ter que dizer da maioria dos prelados que ocuparam esse posto, que seu comportamento foi tão equívoco quanto sua posição. Por conseguinte, ao morrer o patriarca Miguel, de triste memória, os cônegos regulares do Santo Sepulcro, apoiados pelo rei Amaury II de Lusignan, pediram ao Papa Inocêncio III que enviasse como sucessor um prelado cujas virtudes, destreza e energia fossem amplamente reconhecidas. Em consequência, dois anos depois da morte do patriarca Miguel, chegou à Palestina para ocupar o difícil cargo, Alberto, bispo de Vercelli. O prelado pertencia a uma distinta família de Parma. Depois de realizar uma brilhante carreira de teologia e direito, ingressou como cônego regular na abadia da Santa Cruz, na cidade lombarda de Montara. Quando tinha mais ou menos trinta e cinco anos, isto é, em 1186, foi consagrado bispo de Bobbio e, quase imediatamente, foi transferido para a sé de Vercelli. Devido à sua habilidade diplomática e sua honestidade a toda prova, foi escolhido para atuar como mediador entre o Papa Clemente III e Frederico Barba-Ruiva. Pouco tempo depois, Inocêncio III o enviou como legado ao norte da Itália onde, graças aos seus bons ofícios, restabeleceu-se a paz entre Parma e Placência, no ano de 1199. O Papa não desejava perder tão valioso elemento para mandá-lo a Jerusalém e adiou o assunto, mas no fim aprovou a escolha dos cônegos, investiu Alberto com o pálio e lhe deu o cargo adicional de legado pontifício na Palestina.


Santo Alberto partiu da Itália no ano de 1205. Já dezoito anos antes, os sarracenos haviam reconquistado Jerusalém dos cruzados e a sede do patriarca latino fora transferida para Acra (Ptolemaida), onde o rei franco estabelecera sua corte. Em consequência, Santo Alberto foi residir em Acra e, desde o primeiro momento, trabalhou para conquistar o respeito e a confiança não só dos cristãos, mas também dos maometanos, o que seus antecessores não haviam conseguido. Em sua qualidade de patriarca e delegado, desempenhou um papel muito destacado na política eclesiástica e civil do Levante; em um período de nove anos, teve de lidar com inúmeros assuntos que puseram à prova sua paciência e prudência. Em primeiro lugar, enfrentou continuamente o difícil problema de manter a paz entre os francos e os naturais do país; mas não foi por essa tarefa que se distinguiu de modo especial o ilustre prelado. Entre os anos de 1205 e 1210, São Brocardo, prior dos eremitas do Monte Carmelo, pediu ao patriarca que organizasse a vida monástica dos eremitas sob uma regra que ele e seus súditos acatariam. Santo Alberto respondeu ao pedido com um documento breve, mas absolutamente claro e conciso, de dezesseis “capítulos”. Exigia obediência completa ao superior eleito; uma cela separada para cada eremita, com um oratório comum; trabalho manual para todos, jejuns prolongados e abstinência perpétua de carne, além de observar diariamente um período de silêncio, desde as vésperas até depois de terça. “Cada eremita deve permanecer em sua cela ou perto dela, entregue, dia e noite, à meditação das leis do Senhor e dedicado à oração, a menos que esteja ocupado em alguma ocupação legítima”, adverte o santo patriarca em seu documento. Essa regra foi confirmada pelo Papa Honório III em 1226 e modificada por Inocêncio IV, vinte anos depois. Qualquer que tenha sido o fundador da ordem dos carmelitas, não há dúvida de que Santo Alberto, patriarca de Jerusalém, um cônego agostiniano, foi seu primeiro legislador.


Morte de Santo Alberto de Jerusalém por Francisco Goya
A Morte de Santo Alberto de Jerusalém por Francisco Goya.

Inocêncio III chamou Santo Alberto do Oriente para que assistisse ao Concílio de Latrão, mas ele não viveu tempo suficiente para tomar parte na magna assembleia que se abriu em novembro de 1215. Durante doze meses, trabalhou incansavelmente e com toda fidelidade para apoiar os vãos esforços do Papa dirigidos a recuperar Jerusalém e, então, a morte lhe chegou de forma inesperada e violenta. Pouco tempo antes, o patriarca havia sido obrigado a despedir o diretor do Hospital do Espírito Santo em Acra e, desde então, o homem alimentou em seu íntimo um amargo rancor contra Santo Alberto. No dia da Festa da Exaltação da Cruz de 1214, o patriarca encabeçava uma procissão na igreja da Santa Cruz, em Acra, quando o ex-diretor do hospital, despeitado, lançou-se sobre ele e o apunhalou até deixá-lo morto no mesmo lugar do ataque. A festividade de Santo Alberto foi celebrada pelos carmelitas desde 1411. Os bolandistas observaram a anomalia de que a ordem dos agostinianos à qual Alberto pertencia não celebrava o santo em sua liturgia, mas isso já não é o caso, pois os cônegos regulares de Latrão comemoram agora Santo Alberto em 8 de abril.


No Acta Sanctorum, abril, vol. 1, encontra-se impressa uma biografia abreviada de São Alberto com muito extensos prolegômenos. Veja-se também o Analecta Ordinis Carmelitarum Discalceatorum, vol. VI (1926), pp. 212 e ss.; o DTC., vol. 1, cc. 662-663. B. Zimmerman fornece outros dados em Monumenta Historica Carmelitarum (1907), pp. 277-281. A regra redigida por São Alberto encontra-se impressa na obra citada, pp. 20-144. Ver La Règle du Carmel et son Esprit (1940), de Fr. François de Saint Marie. [1]




São Vincenzo Maria Strambi
São Vincenzo Maria Strambi.

Vicente Strambi, filho de um boticário de Civita Vecchia, nasceu em 1º de janeiro de 1745. Parece ter sido um menino travesso e vivaz, que gostava de participar das brincadeiras dos colegas, mas, entre uma e outra de suas travessuras, costumava tirar o casaco ou os sapatos para dá-los a algum moleque esfarrapado. Não tardou a manifestar-se a inclinação religiosa de Vicente, e seus pais a incentivaram, aconselhando-o a fazer os estudos para o sacerdócio diocesano. Assim o fez o rapaz, mas, durante um retiro anterior à sua ordenação, ficou sob a influência de São Paulo da Cruz, fundador dos passionistas e, em 20 de setembro de 1768, após lutar contra a oposição paterna, ingressou no noviciado da congregação. Quase desde o início, confiaram-lhe importantes cargos: suas missões públicas atraíam grande número de fiéis e a colheita de almas era abundante. Mal ordenado sacerdote, foi nomeado professor de teologia e de eloquência sagrada e, desde os trinta e cinco anos em diante, desempenhou, um após outro, os cargos de maior responsabilidade na congregação. Em 1781 foi provincial e, após vinte anos de trabalhos para superar as muitas dificuldades que se lhe apresentaram por causa da caótica situação da Itália, foi nomeado bispo de Macerata e Tolentino em 1801, contra sua vontade.


O zelo infatigável pela maior glória de Deus e pela manutenção da disciplina regular que empregou Vicente durante seu episcopado teve como consequência uma extraordinária renovação do fervor, tanto entre o clero como entre os leigos, em toda aquela região da Itália. Em 1808, recusou-se a pronunciar o juramento de submissão ao império de Napoleão Bonaparte, foi expulso de sua diocese e teve que se arranjar como pôde para administrá-la de longe e por carta. Após a queda de Napoleão, em 1813, regressou a Macerata entre jubilosas manifestações populares, mas ainda não estava livre dos contratempos. Quando Napoleão escapou de seu desterro na ilha de Elba, a cidade de Macerata converteu-se em quartel-general do bonapartista Murat e de seus dez mil soldados.


São Vicente Maria Strambi, bispo passionista (grande pregador)
São Vicente Maria Strambi, bispo passionista (grande pregador).

Nas proximidades travou-se a batalha contra os austríacos, que derrotaram completamente as forças de Murat e estas, durante sua desordenada retirada, começaram a saquear a cidade de Macerata, quando o bispo Vicente, como outro São Leão, saiu ao encontro das hordas desenfreadas, exortou Murat a impor a ordem e, afinal, salvou a cidade da rapacidade desatada dos soldados vencidos. O gesto intrépido do santo pastor teve que se repetir pouco depois, com os mesmos bons resultados, diante dos exércitos vencedores da Áustria que entraram em Macerata após a saída dos franceses. Somente a ele deve a cidade ter-se salvado. Depois daqueles acontecimentos, desencadeou-se uma epidemia de tifo e houve uma terrível escassez de provisões e, no decorrer dessas calamidades, o bispo sustentou alto o ânimo e a confiança em Deus com seu heroico exemplo. Várias das reformas disciplinares que impôs provocaram um ressentimento tão profundo que, segundo se assegura, mais de uma vez se tentou assassiná-lo. Com a morte do Papa Pio VII, o bispo Strambi renunciou ao cargo e, a pedido de Leão XII, seu fiel amigo, estabeleceu residência no Quirinal, onde atuou como conselheiro confidencial do Papa. Durante todas essas vicissitudes, Vicente não havia diminuído em nada as austeridades e penitências de sua vida privada, mas já então suas forças estavam exauridas e, tal como havia predito a Beata Ana Maria Taigi, filha de confissão do bispo, recebeu a santa comunhão pela última vez em 31 de dezembro e morreu no dia seguinte, 1º de janeiro de 1824, justamente quando completava setenta e nove anos. São Vicente Strambi foi canonizado em 1950.


Veja-se as biografias escritas em italiano pelo Pe. Stanislaus (1925), por Mons. F. Cento (1950), que escreveu outra biografia do mesmo santo em francês (1950), assim como a do Pe. Joachim (1925). [2]


Referência:


  1. Butler, Alban. Vida dos Santos, vol. 3, pp. 658-659.

  2. Ibid. pp. 666-667.


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