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Santo Antônio Maria Zaccaria e São Rômulo de Fiesole (5 de julho)

Atualizado: 6 de jul.

AVISO: Para incluir a vida de dois santos no mesmo dia, decidi colocar a vida de São Rômulo no dia anterior. Sua festa é celebrada em 6 de julho.


SANTO ANTÔNIO MARIA ZACCARIA, FUNDADOR DOS CLÉRIGOS

REGULARES DE SÃO PAULO (1539 d.C.)


SANTO ANTÔNIO MARIA ZACCARIA

A primeira metade do século XVI, antes do Concílio de Trento, foi um dos períodos mais tristes da história da Igreja, mas também produziu algumas figuras de extraordinária santidade e beleza, como a de Antônio Maria Zaccaria, que pode ser contada entre as mais nobres. O santo nasceu em Cremona, em 1502. Seu pai morreu quando Antônio ainda era muito jovem. Sua mãe supriu com seu carinho essa perda precoce e se dedicou a fomentar a grande compaixão que seu filho demonstrava para com os pobres. Ao terminar seus estudos de medicina na Universidade de Pádua, aos vinte e dois anos, Antônio voltou a exercer em sua cidade natal. Logo compreendeu que sua vocação consistia em cuidar tanto das almas quanto dos corpos, e se consagrou seriamente ao estudo da teologia, sem por isso deixar de exercer sua profissão, de ajudar espiritualmente os moribundos, de ensinar a doutrina cristã aos jovens e de servir a todos. Em 1528, recebeu a ordenação sacerdotal e assim pôde fazer tanto bem corporal quanto espiritual, de modo que seus superiores o instaram a se transferir para a cidade de Milão, que lhe oferecia um campo de trabalho mais extenso.


Em Milão, Antônio ingressou na confraria da “Sabedoria Eterna”, onde encontrou outras pessoas que compartilhavam seus ideais. Entre elas se contava a condessa de Guastalla, Luísa Torelli, que, sob a direção do santo, fundou a congregação feminina das Angelicais. O fim dessa congregação consistia em proteger e socorrer as jovens que se encontravam em perigo ou haviam caído no vício. As Angelicais prestaram valioso auxílio ao santo em todas as suas obras de caridade. Em 1530, o Pe. Zaccaria e outros dois sacerdotes — o Venerável Bartolomeu Ferrari e o Venerável Jacó Morigia — decidiram fundar uma associação de clérigos regulares (isto é, sacerdotes obrigados por voto a seguir uma regra, mas que não eram frades nem monges). O fim dessa associação devia ser “reviver e reacender o amor pelos ofícios litúrgicos e promover a vida cristã mediante a pregação e a administração dos sacramentos”. A associação constava inicialmente de cinco membros, que pregavam tanto nas igrejas quanto nas ruas, sobre a Paixão do Senhor e sobre a morte. Santo Antônio fazia soar os sinos todas as sextas-feiras para lembrar ao povo as postrimerias. Enquanto Lutero atacava as verdades da fé e as iniquidades do clero, enquanto o povo sofria corporalmente pelas guerras que assolavam a Itália e espiritualmente pelo abandono do clero, a pequena associação do Pe. Zaccaria trabalhava heroicamente para reformar a Igreja desde dentro, reacendendo o espírito cristão e o zelo pelas almas no clero, e administrando os sacramentos aos fiéis. Os membros da associação assistiram os milaneses durante uma epidemia de peste e lhes souberam infundir tal vigor espiritual, que o Papa Clemente VII aprovou, em 1533, a nova congregação dos Clérigos Regulares de São Paulo. O fundador foi o primeiro superior geral; mas três anos depois, cedeu o cargo ao Pe. Morigia e se transferiu para trabalhar em Vicenza. Segundo se diz, introduziu naquela cidade o “costume milanês de expor o Santíssimo Sacramento durante três dias seguidos”.


SANTO ANTÔNIO MARIA ZACCARIA em adoração

Um ano antes de sua morte, Santo Antônio obteve para sua congregação a igreja de São Barnabé, em Milão; por isso, os Clérigos Regulares de São Paulo são chamados Barnabitas. O santo caiu doente durante uma missão em Guastalla. Consumido pelas mortificações e pelo trabalho, não pôde resistir à doença e morreu em Cremona, na casa de sua mãe, aos trinta e sete anos de idade. Foi canonizado em 1897 pelo Papa Leão XIII. Os barnabitas conseguiram superar as sérias dificuldades dos começos, mas nunca formaram uma congregação muito numerosa. Em nossos dias, ainda trabalham modestamente nos subúrbios das grandes cidades. Onde quer que haja um barnabita, há uma obra educativa. Seguindo o exemplo de seu fundador, os barnabitas pregam o Evangelho, fazendo especial referência às epístolas de São Paulo.


Veja-se: P. A. Dubois, Antoine Marie Zaccharia (1890); F. T. Moltedo, Vita di S. Antonio Maria Zaccaria (1897); e O. M. Premoli, Le lettere e lo spirito religioso di S. Antonio Zaccaria (1909), e Storia dei Barnabiti nel cinquecento (1913). [1]


SÃO RÔMULO, BISPO DE FIESOLE, MÁRTIR (c. 90 d.C.) - 6 DE JULHO


SÃO RÔMULO, BISPO DE FIESOLE, MÁRTIR

Segundo uma tradição posterior, São Rômulo foi o apóstolo e o primeiro bispo de Fiesole. Ao que parece, foi convertido à fé por São Pedro e sofreu o martírio durante a perseguição do imperador Domiciano. Na realidade, sabemos muito pouco sobre São Rômulo, cujo nome foi incluído no Martirológio Romano no século XVI.


São Rômulo é o herói de um romance bastante fantasioso, de origem desconhecida; trata-se de uma obra imaginativa, provavelmente não anterior ao século XII. Nela se conta que certo cidadão romano tinha uma filha chamada Lucerna, a qual se apaixonou por Ciro, um dos escravos de seu pai. Lucerna e Ciro tiveram um filho, que abandonaram numa floresta, onde uma loba se encarregou de amamentá-lo. Alguns pastores dos rebanhos do imperador Nero, que viram a loba amamentando o menino, levaram a notícia ao seu senhor, o qual ordenou que trouxessem a criança. Os pastores perseguiram a loba durante três dias, sem conseguir capturá-la. Então, o imperador consultou São Pedro, que, com outros cristãos armados de redes, partiu à floresta para caçar a loba. Na floresta, São Pedro conjurou o menino: “Se és filho de uma loba, vai com tua mãe; mas se nasceste de uma mulher, vem aqui.” O menino não se mexeu; então os cristãos estenderam suas redes e capturaram a loba e o menino. Para que não morressem de fome, deram uma ovelha à loba, a qual a despedaçou e compartilhou a refeição com o menino. Depois, São Pedro ordenou que libertassem a loba e batizou o menino. A pedido de um dos cristãos, deu-lhe o nome de Rômulo. Uma nobre romana se encarregou da educação de Rômulo. Justino, o cristão que havia sugerido o nome Rômulo, mais tarde o tomou sob sua proteção. Rômulo mostrou-se uma criança prodigiosa: aos oito anos pregava, exorcizava e realizava milagres. Mais tarde foi consagrado bispo e evangelizou as cidades de Fiesole, Sitri, Nepi, Florença, Pistóia, etc. Finalmente, depois de numerosas aventuras, Rômulo foi condenado à morte pelo governador Repertiano. No caminho para o local da execução, Rômulo pediu um copo de água a uma jovem que se encontrava junto a uma fonte; a donzela, temendo a ira dos soldados, recusou o pedido. Então, o santo a repreendeu e predisse que, dali em diante, a fonte proveria água aos cristãos, mas se converteria em sangue quando os pagãos se aproximassem para beber. Os mártires Caríssimo, Dulcíssimo e Crescêncio foram executados junto com São Rômulo.


Apesar da inverossimilhança da lenda que acabamos de resumir, existem provas da historicidade do culto que desde tempos antigos era prestado, em Fiesole, a São Rômulo. A. Cocchi, San Romolo, vescovo de Fiesole: Storia e Leggende (1905), fez um estudo crítico sobre o santo. O único documento histórico de interesse é o fragmento de um epitáfio, que data, segundo se diz, do século IV. Mas cf. M. C. Cipolla, na Rivista storico-critica delle scienze teologiche, vol. 1, pp. 422-428. [2]


Referência:


  1. Butler, Alban. Vida dos Santos, vol. 3, pp. 60–60.

  2. Ibid. pp. 60-60.


REZE O ROSÁRIO DIARIAMENTE!


Comentários


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“O ROSÁRIO
é a
ARMA
para esses tempos.”

Padre Pio
 

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Enquanto a modéstia não for colocada em prática a sociedade vai continuar a degradar, a sociedade fala o que é pelas roupas que veste.

- Papa Pio XII
 

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A castidade faz o homem semelhante aos anjos.”
- São Gregório de Nissa
 

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O sofrimento de Jesus na Cruz nos ensina a suportar com paciência nossas cruzes,
e a meditação sobre Ele é o alimento da alma.”


Santo Afonso MARIA de Ligório

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