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Festa de São Zacarias e Santa Isabel e a Vida de Santos Galacião e Epistema (5 de novembro)



São Zacarias, por Jusepe de Ribera, 1634.
São Zacarias, por Jusepe de Ribera, 1634.

São Zacarias e Santa Isabel foram os pais de São João Batista. Zacarias era sacerdote da Antiga Lei. Sua esposa pertencia à família de Aarão. Ambos eram “agradáveis aos olhos do Senhor e observavam todos os mandamentos e disposições da Lei com grande fidelidade”. Não tinham filhos e já haviam chegado a uma idade em que não podiam mais esperar tê-los, quando um anjo apareceu a Zacarias, no momento em que este oficiava no templo, e lhe disse: “Não temas, Zacarias, porque tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, te dará um filho, e lhe porás o nome de João (...) Desde o seio materno será cheio do Espírito Santo e converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus.”


São Lucas relata no primeiro capítulo de seu Evangelho as circunstâncias da realização da profecia: a visita de Maria à sua prima Isabel, a qual, também cheia do Espírito Santo, a saudou como bendita entre as mulheres; o hino de louvor de Maria: “Minha alma glorifica o Senhor”; a cura de Zacarias após o nascimento de seu filho, para que pudesse exclamar profeticamente: “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que visitou e redimiu o seu povo.” Isso é tudo o que sabemos sobre Zacarias e Isabel. Contudo, era opinião comum dos Santos Padres, como Epifânio, Basílio e Cirilo de Alexandria, que São Zacarias havia morrido mártir.


Santa Isabel, por um artista provençal anônimo, final do século XV.
Santa Isabel, por um artista provençal anônimo, final do século XV.

Segundo um escrito apócrifo, foi assassinado no templo, “entre a porta e o altar”, por ordem de Herodes, porque se negara a dizer onde estava seu filho. Seja como for, o Martirológio Romano não menciona o martírio ao comemorar Zacarias e Isabel no dia 5 de novembro, data em que se celebra sua festa na Palestina. O nome de São Zacarias figura na comemoração dos santos na Missa do rito moçárabe.


Como dissemos, tudo o que sabemos sobre Zacarias e Isabel se reduz ao que nos conta São Lucas no primeiro capítulo de seu Evangelho. São Pedro Damião opinava que era vã curiosidade tentar saber aquilo que os evangelistas não quiseram dizer-nos (Terceiro sermão sobre o nascimento de Nossa Senhora). Quem não concordar com ele pode consultar Bardenhewer, Biblische Studien, VI, 87 (1901), e os diversos dicionários e enciclopédias bíblicas. 1



SANTOS GALACIÃO E EPISTEMA (Sem data)


São Galacião e Santa Epistema
São Galacião e Santa Epistema

É desconcertante observar que os pais de Galacião se chamavam Clitofonte e Leucipa, pois isso demonstra que a lenda de Galacião e Epistema não passa de uma continuação cristã do romance de Tácio. Infelizmente, o cardeal Baronio seguiu o exemplo da Igreja do Oriente e introduziu seus nomes no Martirológio Romano. Por isso, não é inútil tratar brevemente do assunto. Clitofonte e Leucipa, que viviam em Emesa, na Síria, sofriam muito por não terem filhos. Leucipa prestou auxílio a um eremita cristão chamado Onofre e o escondeu dos perseguidores. Em recompensa, recebeu a graça da fé. Deus atendeu suas orações e lhe concedeu conceber, com o que Clitofonte também se converteu. Como o filho que nasceu tinha a pele branca como o leite, deram-lhe o nome de Galacião (Galakteon). Com o tempo, Galacião tornou-se um jovem muito belo e virtuoso. Seu pai o casou com uma pagã formosa chamada Epistema (“Conhecimento”). Como Clitofonte era conhecido por suas aventuras amorosas, o continuador do romance de Tácio faz de seu filho um herói da virgindade escolhida por amor a Deus. Após o matrimônio, Galacião disse a Epistema que queria viver em estado de virgindade. A jovem, a quem tal proposta pareceu muito estranha e desagradável, fez tudo o que pôde para dissuadi-lo — mas em vão. Galacião então lhe explicou os mistérios da fé, e Epistema consentiu em receber o batismo de suas mãos. Em seguida, venderam todos os seus bens, distribuíram o produto entre os pobres, e Galacião retirou-se para a ermida de Publíon, no deserto do Sinai, enquanto Epistema ingressou numa comunidade de virgens consagradas. Três anos depois, Galacião foi preso e levado perante o magistrado de Emesa. Quando Epistema soube disso, entregou-se às autoridades para sofrer com seu esposo. Os guardas arrancaram-lhe as vestes para humilhá-la, mas os cinquenta e três oficiais presentes ficaram cegos. Os dois esposos foram espancados e torturados, tiveram a língua arrancada, os pés cortados e, finalmente, morreram decapitados.


Martírio de São Galacião e de sua esposa Santa Epistema em Emesa, do Menológio de Basílio II
Martírio de São Galacião e de sua esposa Santa Epistema em Emesa, do Menológio de Basílio II.

Os bolandistas publicaram no Acta Sanctorum, novembro, vol. II, as duas versões gregas dessa piedosa fábula. A primeira é atribuída a um tal Eutolmio; a segunda, menos antiga, foi publicada entre as obras atribuídas a Simeão Metafraste. É digno de nota que nenhuma das duas versões especifica em qual perseguição morreram os heróis, pois não se menciona nem Décio nem Diocleciano. Contudo, o Martirológio Romano menciona Décio. 2



Referência:


1. Butler, Alban. Vida dos Santos, vol. 4, p. 271.

2. Ibid. pp. 271-272.



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O sofrimento de Jesus na Cruz nos ensina a suportar com paciência
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- Santo Afonso MARIA
de Ligório

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