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Festa de Cristo Rei e a Vida do Papa São Evaristo e Santos Luciano e Marciano, Mártires (26 de outubro)



Cristo Rei
Cristo Rei

No ano 325, ocorreu o primeiro Concílio Ecumênico na cidade de Niceia, Ásia Menor. Na ocasião, foi definida a divindade de Cristo contra as heresias de Ario: "Cristo é Deus, Luz da luz, Deus verdadeiro do Deus verdadeiro". Após 1600 anos, em 1925, Pio XI proclamou o modo melhor para superar as injustiças: o reconhecimento da realeza de Cristo. De fato, escreveu:


“Visto que as festas têm maior eficácia do que qualquer documento do magistério eclesiástico, por captar a atenção de todos, não só uma vez, mas o ano inteiro, atingem não só o espírito, mas também os corações” .1


Por isso, a Festa de Cristo Rei nada mais é que um dia definido no calendário litúrgico para que recordemos especificamente da realeza de Jesus sobre todo o Universo.  



Meditação para o Dia

Adoremos Jesus Cristo como nosso amado Rei, que veio à terra para nos conquistar o céu; que para lá nos conduzir, se põe à nossa frente, e se mostra o primeiro em tudo. Unamo-nos a Ele como súditos ao melhor dos reis; lamentemos os cegos judeus, que diziam:


“Não queremos que ele reine sobre nós” – Nolumus hunc regnare super nos (Lc 19, 14)

Ao contrário, repitamos o ato do batismo:


“Uno-me a vós, ó meu Cristo e meu Rei” – Adhaereo tibi, Christe

PRIMEIRO PONTO

Jesus Cristo é o nosso Rei


Jesus Cristo, Rei do Céu e da terra
Jesus Cristo, Rei do Céu e da terra.

É-o por direito de natureza, pois que, como Criador, fez-nos o que somos (1); é-o por direito de conquista, pois que nos remiu à custa do Seu próprio sangue (2); e ainda que o não fosse por este duplo título, deveria sê-lo pela livre escolha dos nossos corações, porque disto ó infinitamente digno: é um Rei, todo poderoso e cheio de bondade, que não vive senão para bem dos Seus súditos; que põe a Sua glória em torná-los eternamente felizes; que nada ordena que não seja justo, bom e útil; que faz primeiro tudo o que ordena ou aconselha, sem querer ser melhor tratado do que os Seus súditos; e que é o primeiro no trabalho, na fadiga, na privação; o primeiro na humilhação e tribulação; o primeiro em tudo, levando a cruz à nossa frente e dizendo-nos: Segui-me. É um Rei que promete aos que o servem as mais magnificas recompensas, e que cumpre tudo o que promete; é um Rei que conhece todos os méritos de cada um e premeia cada um segundo o que merece; é um Rei imortal, que não pode desatender-nos: podemos perder a vida em seu serviço, mas, longe de perder com a vida o fruto de nossos trabalhos, é então, ao contrário, que começará para nós o gozo. Finalmente, é um Rei em cujo serviço a vitória nunca é duvidosa, porque ao passo que concede a graça de vencer, deixa aos Seus escolhidos todo o fruto da vitória, e não reserva para Si senão o prazer de nos enriquecer.


Ó Jesus, ó meu Rei, quão bom e ser Vosso súdito! Reinai sobre mim, sobre o meu corpo e a minha alma, sobre a minha vontade e todos os meus desejos, sobre todos os meus pensamentos e o emprego de todos os meus momentos! (3)

SEGUNDO PONTO

O que devemos a Jesus Cristo na Sua qualidade de Rei


Cristo Rei por Jan and Hubert Van Eyck
Cristo Rei por Jan and Hubert Van Eyck.

Devemos:


1.° Pertencer-lhe de toda a nossa alma. Prometemo-lO no batismo; ratificamos esta promessa na confirmação, em que nos alistamos debaixo das Suas bandeiras como Seus soldados; temo-lO jurado sempre que hemos recebido os sacramentos; e posto que não houvéssemos feito este juramento, deveríamos fazê-lo ainda. Porque, além de que Jesus Cristo tem todos os direitos possíveis para reinar sobre os nossos corações, não é uma honra para nós pertencer a um tão grande Rei? Não é nosso interesse ser súditos de um Monarca tão pródigo de Suas graças e de Seu amor? Não é uma felicidade para nós, desde a vida presente, ser admitidos ao Seu ser viço e alistados sob Suas bandeiras, pois que fora disso não há senão desgosto, amargura, tristeza e desengano?


2.° Segui-lO por toda a parte onde acha conveniente conduzir-nos, e nunca querer ser melhor tratadas do que Ele, a exemplo do valente Urias, que dizia:


“A arca de Deus fica debaixo de umas tendas, o Joab dorme na terra dura; e então hei de eu ir para minha casa comer, beber e dormir! Pela vida e pela saúde de meu rei, que eu não farei tal coisa”Arca Dei et Israel et Juda habitant in papilionibus, et dominus meus Joab, et servi domini mei super faciem terrae manent, et ego ingrediar domim meam, ut comedam et bibam, et dormiam cum uxore mea? Per salutem tuam, et per salutem animae tuae, non faciam rem hanc (2Sm 11, 11).

É dever nosso seguir em tudo o exemplo de Jesus nosso Rei, ser humildes, mortificados, obedientes, pacientes e pobres como Ele era no presépio e na cruz; orar como Ele e em união com Ele; falar como Ele, obrar como Ele, e trazer sempre em nós os sentimentos do generoso capitão de Davi, Etai, que dizia:


“Viva o Senhor, e viva o rei meu amo, que em qualquer estado em que vos achardes, aí se achará convosco o vosso servo, quer seja na morte, quer na vida”Vivit Dominus, et vivit dominus meus rex: quoniam in quo cumque loco fueris, domine mi rex, sive in morte, sive in vita, ibi erit servuus tuus (2Sm 15, 21).

3.º Obedecer-Lhe em tudo:


“Se não apraz, ao Senhor que eu esteja onde estou, eu estou pronto, faça de mim o que bem lhe parecer”Si dixerit mihi: Non places; praesto sum; faciat quod bonum est coram se (2Sm 15, 26).

Ó meu Rei, que quereis Vós que eu faça? (4). Falai, Senhor, porque o Vosso servo ouve (5), o meu coração está pronto. Ofereço-me a Vós para tudo o que quiserdes. O céu me preserve de resistir ao Vosso menor desejo; sei que a desobediência a um conselho leva muitas vezes à violação de um preceito. Quero ser todo para Vós, todo como Vós. Não me ficava bem querer ser melhor tratado do que Vós.2




Papa São Evaristo
Papa São Evaristo

São Evaristo sucedeu São Clemente na sede romana durante o reinado de Trajano. Governou a Igreja por cerca de oito anos e foi o quarto sucessor de São Pedro. O Liber Pontificalis diz que era filho de um judeu grego de Belém. Afirma também, erroneamente, que dividiu a cidade de Roma em vários títulos ou paróquias governadas por um sacerdote e que nomeou sete diáconos para toda a cidade. Geralmente recebe o título de mártir, embora seu martírio não esteja comprovado [historicamente?]. Foi enterrado próximo ao sepulcro de São Pedro, no Vaticano.


Nos Acta Sanctorum há um artigo sobre São Evaristo; mas no texto e nas notas do Liber Pontificalis (ed. Duchesne) está resumido todo o essencial. Veja-se o interessante artigo do Pe. Nostiz-Rieneck, Brevierlektionen der Päpste Evaristos und Alexander I, em Zeitschrift für Katholische Theologie, vol. xx1x (1905), pp. 159-165. 3




O Martírio de São Luciano e São Marciano
O Martírio de São Luciano e São Marciano

Segundo o relato de seu martírio, Luciano e Marciano, que haviam estudado magia negra, converteram-se ao cristianismo ao ver que suas superstições não tinham poder algum sobre uma donzela cristã. Iluminados pela luz da fé, queimaram publicamente seus livros em Nicomédia.


Uma vez que lavaram seus crimes com o sacramento do batismo, distribuíram seus bens entre os pobres e retiraram-se à solidão para se fortalecer com a oração e a mortificação, na graça que haviam acabado de receber. Mais tarde, fizeram várias viagens ao exterior para pregar a Cristo entre os gentios. Quando Décio publicou seus éditos persecutórios na Bitínia, Luciano e Marciano foram presos. O procônsul Sabino, diante do qual compareceram, perguntou a Luciano quem lhe havia autorizado a pregar em nome de Jesus Cristo. O mártir respondeu: “Todo ser humano está autorizado a tentar afastar do erro seus irmãos”. Também Marciano se glorificou no poder de Jesus Cristo. Quando o juiz os condenou à tortura, os mártires lhe fizeram notar que, na época em que adoravam ídolos e praticavam magia abertamente, não haviam recebido nenhum castigo; agora, sendo bons cidadãos, eram condenados à tortura. Sabino os ameaçou então com novos tormentos. Marciano respondeu:


“Estamos prontos para sofrê-los, mas de modo algum abjuraremos do verdadeiro Deus, pois com isso mereceríamos ser enviados ao fogo que não se extingue”.

Então, Sabino os condenou a serem queimados vivos. Os mártires dirigiram-se com grande alegria ao local da execução, cantando hinos de agradecimento a Deus. Esta lenda é simplesmente uma narrativa fundada em um fato histórico, já que realmente houve um grupo de mártires em Nicomédia.


Conservam-se os textos latino e siríaco da paixão destes mártires; e o texto original era grego, mas se perdeu. O texto latino pode ser visto em Acta Sanctorum, oct., vol. XI. O texto siríaco foi editado por S. E. Assemani (Acta ss. mart. orientalium, vol. 1, pp. 49 ss.), que o tomou de um manuscrito do século V ou VI. O Breviário siríaco, do início do século V, também comemora estes mártires em 26 de outubro; mas a Luciano chama de Silvano e situa o martírio em Antioquia. O Hieronymianum celebra nossos mártires junto com Floro. Delehaye discute a questão em CMIL, p. 572.4



Referência:


1. Papa Pio XI, Encíclica Quas primas, 11 de dezembro 1925.

2. Meditações para todos os dias do ano: Para uso dos Sacerdotes, Religiosos e dos Fiéis, Monsenhor André Jean Marie Hamon, (1904), Tomo I, pp. 188-191.

3. Butler, Alban. Vida dos Santos, vol. 4, pp. 208-209.

4. Ibid. p. 209.



Citações:


(1) Ipse fecit nos (Sl 99, 3)

(2) Acquisivit sanguine suo (At 20, 28)

(3) Prospere procede, et regna (Sl 44, 5)

(4) Domine, qui me vis facere? (At 9, 6)

(5) Loquere, Domine, quia audit servus tuus (1Sm 3, 9)



REZE O ROSÁRIO DIARIAMENTE!

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“O ROSÁRIO
é a ARMA
para esses tempos.”

- Padre Pio

 

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a sociedade

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que veste.

- Papa Pio XII

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A castidade
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aos anjos.

- São Gregório de Nissa

 

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São Domingos

O sofrimento de Jesus na Cruz nos ensina a suportar com paciência
nossas cruzes,

e a meditação sobre Ele é o alimento da alma.

- Santo Afonso MARIA
de Ligório

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