Vida do Papa São Leão II e santo Anatólio de Laodiceia (3 de julho)
- Sacra Traditio

- 3 de jul.
- 3 min de leitura
SÃO LEÃO II, PAPA (683 d.C.)

São Leão, que era originário da Sicília, foi eleito para suceder ao Papa Santo Agatão no início do ano 681. Seu breve pontificado passou principalmente para a história porque foi ele quem confirmou os atos do sexto Concílio ecumênico, que havia condenado os monotelitas e censurado o Papa Honório I* por não ter se mostrado suficientemente firme com relação a esses hereges. São Leão mandou transferir as relíquias de numerosos mártires das catacumbas para a capela que havia construído com esse fim. Mons. Duchesne demonstrou que São Leão construiu também a igreja de São Jorge in Velabro, que foi a igreja titular do cardeal Newman. O Liber Pontificalis louva o zelo que São Leão demonstrou como mestre e pregador, assim como sua caridade para com os necessitados. São Leão era um pregador eloquente e um músico muito habilidoso. O Liber Pontificalis observa que o santo Pontífice conhecia perfeitamente o grego e o latim; mas isso era algo comum entre os sicilianos do século VII.
Em 25 de julho de 1960, o antipapa João XXIII suprimiu do Calendário Romano a festa do Papa São Leão II.
Quase todos os dados que possuímos sobre São Leão II procedem do Liber Pontificalis (ed. Duchesne, vol. I, pp. 359-362). No DTC., vol. IX, col. 301-304, há um excelente artigo sobre este Papa. Veja-se também Mann, Lives of the Popes, vol. II, pp. 49-52. [1]
SANTO ANATÓLIO, BISPO DE LAODICEIA (c. 283 d.C.)

Santo Anatólio, que era originário de Alexandria, destacou-se pelos serviços que prestou aos seus concidadãos quando dirigia uma escola aristotélica em sua cidade natal. Naquela época estourou uma rebelião em Alexandria. As tropas romanas sitiaram o bairro de Bruchium, onde o santo vivia, e, em pouco tempo, a fome e a doença começaram a fazer estragos. Santo Anatólio entrou em contato com um diácono amigo seu, chamado Eusébio, que se encontrava fora do bairro sitiado pelas tropas romanas, e conseguiu que o general romano permitisse a evacuação dos habitantes. A princípio, os chefes da rebelião recusaram-se a deixar alguém sair, mas Santo Anatólio obteve que deixassem sair todos os civis. Mais tarde, o santo se transferiu para a Palestina e tornou-se auxiliar do bispo de Cesareia. Com a morte de Eusébio, que ocupava o cargo de bispo de Laodiceia, na Síria, Santo Anatólio foi eleito para sucedê-lo.
O santo destacou-se como filósofo, físico e matemático. Entre seus escritos, conservam-se fragmentos de dez tratados de aritmética. O Martirológio Romano afirma que “não apenas os cristãos, mas também os filósofos” admiram os escritos do santo.
O historiador da Igreja, Eusébio, é nossa principal fonte; mas também São Jerônimo fala de Santo Anatólio com grande apreço. Eusébio cita uma passagem bastante extensa do livro do santo sobre a Páscoa. O Liber Anatoli de ratione paschali, que se dizia ser uma tradução latina, é, na realidade, uma falsificação, composta provavelmente na Irlanda no século VI. [2]
Referência:
Butler, Alban. Vida dos Santos, vol. 3, pp. 12–13.
Ibid. p. 13.
NOTA:
*O Papa João IV (640–643), segundo sucessor de Honório I, defendeu a ortodoxia de seu predecessor, esclarecendo que este não havia ensinado a heresia monotelita, mas apenas afirmado que em Cristo não há duas vontades contrárias como ocorre nos homens pecadores. O papa João IV atribuiu aos hereges a má interpretação das palavras de Honório:
“… Assim, pois, o supracitado predecessor meu [Honório] disse do mistério da encarnação de Cristo, que não havia n'Ele, como em nós pecadores, duas vontades contrárias da mente e da carne. Alguns, acomodando isto ao seu próprio gosto, suspeitaram que Honório ensinou que a divindade e a humanidade d'Ele não têm mais que uma só vontade, interpretação que é totalmente contrária à verdade.”
(Papa João IV, Dominus qui dixit, carta ao imperador Constantino, ano 641.).


























Comentários