Vida do Beato Benvenuto de Recanati e Beato Crispim de Viterbo (21 de maio)
- Sacra Traditio

- 21 de mai.
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de mai.
BEATO BENVENUTO DE RECANATI (†1289 d.C.)
BEATO BENVENUTO DE RECANATI (†1289 d.C.)

A vida do Beato Benvenuto de Recanati não é muito pintoresca. Nasceu em Recanati, pequeno povoado nas montanhas da Marca de Ancona, a certa distância de Loreto, e ingressou no convento dos franciscanos conventuais de sua terra natal. Destacou-se sobretudo por sua piedade e humildade, que o levavam a sempre escolher os ofícios mais humildes. Frequentemente era arrebatado em êxtase após a comunhão; nesses momentos, perdia toda a sensibilidade corporal. Certa vez, ao recobrar os sentidos de um êxtase, o irmão Benvenuto se deu conta de que havia deixado passar a hora de preparar a comida de seus irmãos; mas, ao entrar na cozinha, viu com surpresa que os anjos haviam feito o trabalho por ele. Os confrades disseram naquele dia que jamais haviam comido tão bem. Entre outras graças sobrenaturais, conta-se que o irmão Benvenuto teve a felicidade de segurar o Menino Jesus nos braços. Sua morte ocorreu em 5 de maio de 1289. Pio VII confirmou o culto desse santo irmão leigo.
No artigo que o Pe. Léon consagra ao beato em Auréole Séraphique (trad. ing., vol. 11, pp. 175-176), observa-se que os cronistas da Ordem registraram pouquíssimos detalhes de sua vida. A revisão das crônicas de Mazzara e Marcos de Lisboa confirma essa afirmação.
BEATO CRISPIM DE VITERBO (†1750 d.C.)

Os romanos têm grande devoção ao Beato Crispim de Viterbo, cujas relíquias repousam em um dos altares laterais da igreja da Imaculada Conceição, em Roma. Sua mãe lhe inculcou desde pequeno uma filial devoção à Santíssima Virgem, que o acompanharia por toda a vida. Seu nome de batismo era Pedro. Estudou as primeiras letras no colégio dos jesuítas e, em seguida, começou a trabalhar na oficina de seu tio, que era sapateiro. Atraído pela Ordem Seráfica, obteve, aos vinte anos, admissão no convento dos capuchinhos de Viterbo, onde tomou o nome de Crispim, em honra ao padroeiro dos sapateiros. O mestre de noviços de Paranzana hesitou em recebê-lo no claustro, pois era muito magro e pequeno; mas o provincial, que já o havia admitido, ordenou que fosse aceito. Como se viu depois, o irmão Crispim era capaz de cumprir todos os ofícios; ele mesmo se chamava de “asno” e queria que todos o considerassem como uma besta de carga. Em Viterbo, foi jardineiro e cozinheiro; em Tolfa, onde foi enfermeiro durante uma epidemia, realizou várias curas milagrosas.
Depois de uma curta estadia em Roma, foi enviado a Albano e, mais tarde, a Bracciano. Também ali curou muitos enfermos durante outra epidemia. Em Orvieto, onde era encarregado de pedir esmolas para o convento, o povo o estimava profundamente. Quando os superiores decidiram transferir o irmão Crispim, as donas de casa fecharam as portas ao seu sucessor; como o convento vivia das esmolas dos habitantes, o guardião teve de restituir o beato ao seu posto. O bom irmãozinho passou os últimos anos de sua vida em Roma, onde ainda se recordam suas profecias, multiplicações de pão e suas máximas cheias de sabedoria. Algumas dessas máximas chegaram até nós. Crispim morreu aos 82 anos de idade, em 19 de maio de 1750, e foi beatificado em 1806.
Existe uma Vita (vida) do B. Crispim de Viterbo, anônima, publicada por ocasião de sua beatificação. Entre as biografias francesas, destacam-se as de Ildefonso de Bard (1889) e Pio de Langogne (1901); entre as italianas, as de P. Pacilli (1908) e Paolo di Campello (1923). Ver também Léon, Auréole Séraphique (trad. ingl.), vol. 11, pp. 280-285.
Referência:
Alban Butler, Vida dos Santos, volume 2,
pp. 347-348. Versão espanhola (1965).


























Comentários