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VIDA DE SÃO VENÂNCIO, MÁRTIR E SÃO FÉLIX DE CANTALÍCIO (18 de maio)

Atualizado: 28 de mai.

  1. SÃO VENÂNCIO, MÁRTIR (†257?)

  2. SÃO FÉLIX DE CANTALÍCIO (1587 d.C.)


SÃO VENÂNCIO, MÁRTIR (†257?)


SÃO VENÂNCIO sendo queimado

São Venâncio é celebrado na Igreja do Ocidente com Missa e Ofício próprios no dia de hoje. Três longas lições do Breviário e vários hinos compostos especialmente para sua festa perpetuam a fábula deste santo. As honras que a Igreja tributa ao jovem mártir de Camerino datam da época do Papa Clemente X, que foi eleito aos oitenta anos (1670–1676), após ter governado a diocese de Camerino durante cerca de quarenta anos.


Há escassos vestígios de culto a esse mártir na Antiguidade. O nome de São Venâncio, que aparece ligado a certas igrejas e relíquias, não prova nada, já que existiu outro São Venâncio, que foi o primeiro bispo de Salona, na Dalmácia, na costa do Adriático. Os atos apócrifos do mártir de Camerino dizem que São Venâncio confessou a fé cristã diante do juiz; por isso, foi açoitado, queimado com tochas, pendurado de cabeça para baixo sobre uma fogueira; os verdugos arrancaram-lhe os dentes e quebraram-lhe a mandíbula; os leões apenas lamberam-lhe os pés; depois de ter sido lançado de um precipício, sem sofrer dano algum, São Venâncio foi finalmente decapitado junto com outros mártires que tinham confessado a fé cristã ao vê-lo sofrer com tanta constância.


SÃO VENÂNCIO com os lleões

Durante o martírio ocorreram várias aparições sobrenaturais; dois dos juízes diante dos quais o santo compareceu morreram durante o julgamento; terremotos assolaram a região e, por fim, desencadeou-se uma tempestade pavorosa.


O texto em que se narram todos esses prodígios encontra-se nos Acta Sanctorum, maio, vol. IV (ver também maio, vol. VII, apêndice), junto com um comentário que sublinha seu caráter lendário. Na realidade, os atos datam, ao que parece, do século XII e são uma imitação dos atos, também espúrios, de São Agapito de Preneste. Provavelmente ambos os documentos sofreram influência das lendas criadas em torno do verdadeiro mártir São Venâncio de Salona. Ver Karl Bihlmeyer, em Kirchliches Handlexikon, vol. II, col. 2563.



SÃO FÉLIX DE CANTALÍCIO (1587 d.C.)


SÃO FÉLIX DE CANTALÍCIO (1587 d.C.)

Félix nasceu em Cantalício, perto de Città Ducale, na Apúlia. Seus pais eram camponeses muito piedosos. Tão bem o educaram que, quando seus companheiros de brincadeira o viam se aproximar, gritavam: “Lá vem São Félix!” Desde menino, o santo apascentava vacas, levando o rebanho a algum lugar tranquilo onde passava longas horas em oração diante de uma cruz que ele mesmo gravara no tronco de uma árvore. Aos doze anos, foi trabalhar na casa de um rico proprietário de Città Ducale chamado Marco Túlio Pichi ou Picarelli, que o empregou primeiro como pastor e depois como lavrador. Ainda muito jovem, aprendeu a meditar durante o trabalho, alcançando rapidamente um alto grau de contemplação. Encontrava abundante matéria para meditação tanto em Deus, quanto nas criaturas que o cercavam, e até em si mesmo. Mais tarde, um religioso perguntou-lhe como conseguia viver na presença de Deus em meio ao trabalho e às distrações.


O santo respondeu: Todas as criaturas podem nos conduzir a Deus, contanto que saibamos olhá-las com olhos simples.”

Seu tema predileto para meditação era a Paixão do Senhor, que nunca se cansava de contemplar. Félix era tão alegre quanto humilde; nunca se ofendia com injúrias, e, em vez de responder com grosseria, dizia: “Vou pedir a Deus que te faça um santo.” A leitura da vida dos padres do deserto lhe despertou certo desejo pela vida eremítica, mas compreendeu que tal gênero de existência seria perigoso para ele.


Ainda se encontrava em dúvida quanto à sua vocação, quando um acidente lhe revelou a vontade divina. Um dia, enquanto arava um campo com um par de bois novos, seu patrão se aproximou. Os animais, assustados pela presença do dono (ou por outro motivo), derrubaram Félix, que tentava contê-los; embora o arado tenha passado por cima dele, o santo levantou-se ileso. Em agradecimento por esse milagre, pediu para ser admitido como irmão leigo no convento capuchinho de Città Ducale. O padre guardião, depois de falar-lhe sobre a austeridade da vida conventual, colocou-o diante de um crucifixo e disse: “Considera o que o Senhor sofreu por nós.” Félix começou a chorar, e o superior compreendeu que, sentindo tão intensamente a Paixão de Cristo, era, sem dúvida, uma alma eleita.


Félix fez o noviciado em Anticoli. Desde os primeiros meses, parecia completamente imbuído do espírito de sua ordem, pois amava a pobreza, a humilhação e a cruz. Frequentemente pedia ao mestre de noviços que lhe aumentasse as penitências e mortificações, e que o tratasse com mais severidade do que aos outros, pois seus companheiros, segundo ele, eram mais dóceis e mais inclinados à virtude. Embora estivesse persuadido de que todos eram melhores do que ele, seus irmãos na religião o chamavam de “o Santo”, como faziam seus companheiros de infância. Em 1545, com cerca de trinta anos, fez os votos solenes. Quatro anos depois, foi enviado a Roma, onde, durante quarenta anos — ou seja, quase até sua morte —, saiu diariamente a pedir esmolas para o sustento da comunidade. Embora fosse uma tarefa muito árdua, São Félix alegrava-se com as humilhações, fadigas e incômodos que ela trazia, e nada conseguia distrair seu pensamento de Deus. Com aprovação dos superiores, que tinham plena confiança em sua discrição, ajudava generosamente os pobres com as esmolas que arrecadava. Além disso, visitava os enfermos, assistia-os pessoalmente e consolava os moribundos.


São Félix de Cantalício e São Filipe Néri

São Filipe Néri lhe tinha grande estima e gostava de conversar com ele; como forma de saudação, ambos desejavam um ao outro uma participação mais intensa na Paixão de Cristo. São Carlos Borromeu enviou a São Filipe as regras que havia redigido para os Oblatos, pedindo que as revisasse. São Filipe, porém, se desculpou dizendo que não poderia fazê-lo, e recomendou São Félix para a tarefa. Em vão este protestou dizendo que jamais havia estudado; os superiores ordenaram que lhe lessem as regras e que desse sua opinião sobre elas. O santo recomendou que se suprimissem algumas disposições excessivamente severas. São Carlos Borromeu seguiu seu conselho e manifestou admiração pela prudência que o inspirara.


São Félix tratava a si mesmo com incrível severidade. Andava sempre descalço e usava um cilício cheio de pontas; jejuava a pão e água sempre que podia fazê-lo sem chamar a atenção, e contentava-se com os pedaços de pão duro que encontrava no fundo da sua sacola. Ocultava cuidadosamente os dons sobrenaturais que Deus lhe concedia; contudo, às vezes, quando auxiliava na missa, era arrebatado em êxtase diante de todos e não conseguia responder ao sacerdote. Por tudo o que via e lhe acontecia, dava graças a Deus; pronunciava com tanta frequência as palavras “Deo gratias” (“Graças a Deus”), que os moleques da rua o chamavam de irmão Deogracias. Quando já era muito idoso e debilitado, o cardeal protetor da ordem, que tinha grande apreço por ele, aconselhou aos superiores que o dispensassem de seu ofício; mas Félix lhes suplicou que o deixassem continuar pedindo esmolas, dizendo:


A alma se enfraquece quando o corpo não trabalha.” 

Deus o chamou a Si aos setenta e dois anos de idade, depois de consolá-lo no leito de morte com uma visão da Santíssima Virgem. O santo operou numerosos milagres após sua morte, e foi canonizado em 1709.


Os bolandistas publicaram, nos Acta Sanctorum (Maio, vol. IV), uma abundante seleção dos documentos do processo de beatificação. O processo teve início pouco depois da morte do irmão Félix, quando ainda viviam as testemunhas que o haviam conhecido e presenciado o exemplo de suas virtudes. Existem diversas biografias, todas baseadas nos mesmos materiais. Podemos citar, entre outras, as de João Batista de Perugia, Máximo de Valença, Ângelo Rossi, etc. Lady Amabel Kerr publicou em 1900 um esboço biográfico muito digno, intitulado A Son of St Francis. Veja-se também Léon, Auréole Séraphique, vol. 1, pp. 198-213; e Études Franciscaines, vol. XXXIII, pp. 97-109.


Referência:

Alban Butler, Vida dos Santos, volume 2,

pp. 324-325 e 327-329. Versão espanhola (1965).

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