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VIDA DE SÃO PEDRO CELESTINO V, PAPA E SANTAS PUDENCIANA E PUDENTE (19 de maio)

Atualizado: 28 de mai.

  1. SÃO PEDRO CELESTINO V, PAPA — (129 d.C.)

  2. SANTAS PUDENCIANA E PUDENTE, MÁRTIRES — (Séculos I ou II)


SÃO PEDRO CELESTINO V, PAPA — (129 d.C.)


SÃO PEDRO CELESTINO V, PAPA

Não há figura mais comovente na história dos Papas do que a de Pedro de Morone, o velho eremita que, após apenas cinco meses de pontificado, abdicou voluntariamente e morreu como prisioneiro de seu sucessor. Os historiadores têm julgado sua abdicação de maneiras diversas. Uns louvam a humildade de Celestino V, enquanto outros o acusam de covardia. Dante, por exemplo, o colocou no vestíbulo do inferno, por ter cometido “a grande recusa”.* A Igreja, porém, foi mais misericordiosa: Celestino V foi canonizado em 1313 e sua festa celebra-se em todo o Ocidente.


Pedro foi o décimo primeiro de doze filhos de um casal de camponeses. Nasceu por volta do ano 1210, em Isernia, nos Abruzzos. Como desse sinais de inteligência extraordinária, sua mãe — que ficara viúva — fez o sacrifício de enviá-lo à escola, apesar da oposição de seus parentes. Desde menino, Pedro era “diferente” dos seus companheiros. Aos vinte anos, abandonou o mundo e retirou-se à solidão da montanha, onde construiu para si uma cela tão estreita que mal podia ficar em pé ou deitado dentro dela. Apesar de seu desejo de viver ignorado, recebia, de tempos em tempos, a visita de alguns amigos, os quais acabaram por persuadi-lo a receber as sagradas ordens. Pedro então se dirigiu a Roma, onde foi ordenado sacerdote, mas em 1246 retornou aos Abruzzos. No caminho de volta, recebeu o hábito beneditino das mãos do abade de Faizola, que lhe permitiu continuar sua vida de anacoreta. O santo passou cinco anos no Monte Morone, perto de Sulmona; mas em 1251, como os habitantes da região começassem a devastar os bosques vizinhos, Pedro refugiou-se com dois companheiros na solidão do Monte Majella. Logo vieram outros discípulos juntar-se a ele. Vendo que lhe era impossível viver em completa solidão, resignou-se com o inevitável e voltou ao Monte Morone, para presidir uma comunidade de eremitas que, inicialmente, viviam em celas separadas e que depois construíram um mosteiro. Pedro redigiu para sua comunidade uma regra muito severa, inspirada na de São Bento e, em 1274, obteve do Papa Gregório X a aprovação de sua ordem, cujos membros passaram a ser chamados de “celestinos”.**


Após a morte de Nicolau IV, a cátedra de São Pedro permaneceu vaga [vacante] durante dois anos, pois nenhum dos dois partidos rivais queria ceder. Conta-se que o eremita do Monte Morone enviou aos cardeais reunidos em Perúsia uma mensagem ameaçando-os com a cólera de Deus, caso continuassem a demorar a eleição. Para sair daquele impasse, o conclave elegeu Pedro como Papa. Os cinco mensageiros que foram a Morone comunicar-lhe oficialmente a notícia encontraram o ancião — Pedro já contava oitenta e quatro anos — banhado em lágrimas, pois já lhe havia chegado a notícia de sua eleição. O povo se alegrou por ter um Papa tão santo e desapegado do mundo; muitos viam em seu pontificado o início da nova era predita por Joaquim de Fiore, em que reinaria o Espírito Santo e as ordens religiosas governariam o mundo com paz e amor*** (ler nota). Diz-se que duzentas mil pessoas se reuniram em Áquila para aclamar o novo Papa, que chegou às portas da catedral montado num jumentinho, cujas rédeas eram conduzidas pelo rei da Hungria e pelo rei de Nápoles, Carlos de Anjou.


No entanto, passadas a consagração e a coroação, logo se percebeu que Celestino V não estava preparado para o ofício pontifício. Sua ingenuidade o tornou instrumento do rei Carlos, que, naturalmente, o utilizou em seu favor, chegando até a convencê-lo a transferir a residência papal para Nápoles. O Papa ofendeu profundamente os cardeais italianos ao recusar-se a voltar a Roma e ao criar treze novos cardeais, quase todos alinhados com os interesses franco-napolitanos. Além disso, Celestino V mal conhecia o latim e tinha pouco ou nenhum conhecimento do direito canônico, o que o levou a cometer numerosos erros. O movimento rigorista dos “Spirituali” o considerava como um enviado do céu — o mesmo faziam os ambiciosos caçadores de cargos honoríficos, pois o bondoso Papa concedia a todos o que lhe pediam, chegando a outorgar o mesmo benefício a diversos candidatos. A confusão que isso gerou foi inédita.


Sao Pedro Celestino sendo coroado com a tiara papal

Inquieto e perdido em seu próprio palácio, Celestino V mandou construir ali uma cela, e ao aproximar-se o Advento, manifestou o desejo de se retirar para ela e deixar três cardeais encarregados do governo. Mas seus conselheiros mostraram-lhe que isso equivaleria, na prática, a criar três Papas rivais. Consciente de seu fracasso, desalentado e abatido pelo cansaço, Celestino começou a ponderar como renunciar a esse peso insuportável. Embora não houvesse precedentes de abdicação, o cardeal Gaetani e outros canonistas a quem consultou disseram-lhe que era lícita e até recomendável, em certas circunstâncias. O rei de Nápoles e outros influentes se opuseram tenazmente. Ainda assim, no dia 13 de dezembro de 1294, durante um consistório realizado em Nápoles, São Celestino leu uma solene declaração de abdicação, alegando como motivos sua idade avançada, ignorância, incapacidade, bem como seus modos e linguagem de homem simples e inculto. Logo em seguida, tirou as vestes pontifícias e revestiu o hábito monástico. Depois, prostrando-se diante da assembleia, pediu perdão por seus erros e exortou os cardeais a repará-los da melhor forma possível, por meio da eleição de um digno sucessor de São Pedro. A assembleia, profundamente comovida, aceitou sua renúncia, e o santo ancião retirou-se, jubiloso, ao seu convento em Sulmona.


Mas a paz não duraria muito tempo. O cardeal Gaetani, que fora eleito seu sucessor com o nome de Bonifácio VIII, enfrentava forte oposição e pediu ao rei de Nápoles que enviasse seu predecessor a Roma, pois a popularidade de Celestino poderia ajudá-lo a vencer seus opositores. Ao saber disso, Celestino tentou fugir, atravessando o Adriático, mas foi capturado após alguns meses de vida errante pelos bosques. Bonifácio VIII o mandou encarcerar numa cela estreita do castelo de Fumone, nas cercanias de Anagni. Foi ali que Celestino V morreu, dez meses depois, em 19 de maio de 1296. Conta-se que costumava dizer: “Tudo o que desejei neste mundo foi uma cela, e foi isso o que me deram.” O corpo de São Celestino repousa na igreja de Santa Maria do Colle, em Áquila, nos Abruzos, onde fora consagrado bispo e Papa.


O artigo de Mons. Mann sobre São Celestino, no vol. XV da obra Lives of the Popes in the Middle Ages, pp. 247-341, vale por muitos livros. Mons. Mann observa que as fontes mais importantes sobre São Celestino são uma breve coleção de documentos pontifícios (o “Registrum” oficial perdeu-se), o Opus Metricum do cardeal Jacobo Gaetani de Stefaneschi, e os materiais biográficos publicados pelos bolandistas modernos, na Analecta Bollandiana, vols. IX, X, XVI e XVII.Veja-se também: F. X. Seppelt, Monumenta Celestiniana (1921); B. Cantera, S. Pier Celestino (1892); G. Celidonio, Vita di S. Pietro del Morrone (1896); e J. Hollnister, Die Autobiographie Celestins V, na Römische Quartalschrift, vol. XXXI (1923), pp. 29-40.O romance de John Ayscough (Mons. Bickerstaffe-Drew), São Celestino, é um estudo muito sutil do infortunado Papa.


NOTA: * Inferno, I, 58-61. Mas não é certo que esses versos se refiram a São Celestino.

** Não se deve confundir esta ordem com os “celestinos” franciscanos. A Ordem de São Celestino espalhou-se por toda a Europa, e na França sobreviveu até a Revolução.

***O Quarto Concílio de Latrão (1215), presidido pelo Papa Inocêncio III, condenou explicitamente a ideia de que a Igreja será substituída por uma nova era do Espírito Santo ensinado pelo herege Joaquim de Fiori (ou de Flora).



SANTAS PUDENCIANA E PUDENTE, MÁRTIRES — (Séculos I ou II)


Santas Praxedes e Pudenciana recolhendo o Sangue dos Mártires

No dia 19 de maio, lê-se no Martirológio Romano:


“Em Roma, a comemoração de Santa Pudenciana, virgem, a qual, depois de inúmeros trabalhos e de haver sepultado muitos mártires e distribuído todos os seus bens entre os pobres, passou, finalmente, a receber o prêmio celeste. Na mesma cidade, a comemoração de São Pudente, senador, pai da supracitada virgem, que recebeu das mãos dos Apóstolos a túnica imaculada do batismo e a conservou sem mancha até que Deus o chamou para receber a coroa.”


Os historiadores discutem se São Pudente é o mesmo personagem mencionado em 2 Timóteo 4, 21 [1]. Em todo caso, está fora de dúvida que existiu em Roma, nos primeiros tempos da Igreja, um cristão chamado Pudente, que doou um terreno para a construção de uma igreja, chamada, inicialmente, “Ecclesia Pudentiana” ou “Titulus Pudentis”. Mais tarde, por mera confusão, o povo começou a chamá-la “Ecclesia Sanctae Pudentianae”, e inventou-se a história de que Santa Pudenciana era filha de Pudente e também mártir.


Com o tempo, o nome de Pudenciana foi alterado para Potenciana. No final do século VIII, começaram a circular as “actas” apócrifas das santas Pudenciana e Práxedes, segundo as quais ambas eram irmãs e filhas de Pudente; Pudenciana teria morrido aos dezesseis anos. Provavelmente, o autor dessas “actas” uniu os nomes de Santa Pudenciana e Santa Práxedes porque encabeçam a lista das virgens cujos corpos foram transferidos das catacumbas para a igreja de Santa Práxedes, por ordem do Papa Pascoal I (817–824).


Os bolandistas publicaram as actas de Santa Pudenciana no Acta Sanctorum, maio, vol. IV. Uma comissão nomeada por Bento XVI, encarregada de revisar o Breviário, declarou que essas actas são lendárias e não merecem nenhum crédito. Ainda se discutem muitos pontos sobre Pudente, Pudenciana e Práxedes. Delehaye resume a discussão em CMH, p. 263, e cita os principais autores.Veja-se também Marucchi, no Nuovo Bullettino di archeologia cristiana, vol. XIV (1908), pp. 5–125.


NOTA: [1] São Pudente, assim como São Lino, o segundo Papa, é o mesmo citado em 2 Timóteo 4, 21:


"Apressa-te a vir antes do inverno. Saúdam-te Êubulo, Pudente, Lino, Cláudia e todos os irmãos."

Referência:

Alban Butler, Vida dos Santos, volume 2,

pp. 330-332. Versão espanhola (1965).

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