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Vida de São João de Sahagún e São Basílides e companheiros mártires (12 de junho)

Atualizado: 13 de jun.


SÃO JOÃO DE SAHAGÚN (1479 d.C.)


São João Sahagun

Houve na antiga Espanha um mártir chamado Facundo, que parece ter sido adotado como patrono pela abadia de Sahagún ou de São Facundo, no reino de Leão. Essa localidade foi o lugar de nascimento de João, e dela deriva seu sobrenome. Os monges beneditinos do referido mosteiro o educaram durante seus primeiros anos. Ainda era criança quando seu pai, Dom João González de Castrillón, lhe conseguiu um pequeno benefício eclesiástico. Ao completar vinte anos, o bispo de Burgos, por sua vez, lhe concedeu um canonicato em sua catedral, apesar de o abade de Sahagún já lhe haver otorgado outros três benefícios. O pluralismo era um dos grandes abusos da época, mas em muitos círculos era tolerado com complacência, como um mal necessário, em vista da suposta escassez de estipêndios. Pois bem, João, desde os primeiros anos de juventude, levou uma vida de absoluta retidão moral, verdadeiramente exemplar aos olhos dos cristãos comuns. À medida que crescia e raciocinava melhor, compreendeu as muitas imperfeições de sua conduta e, ajudado pela graça divina, decidiu seriamente emendar-se. Em 1445, havia recebido as ordens sagradas e, desde então, sua consciência lhe censurava a desobediência às ordenanças da Igreja contra as pluralidades e, assim, de acordo com seu critério, renunciou a todos os seus benefícios, exceto à capela de Santa Ágata, em Burgos. Aí celebrava diariamente a missa, catequizava periodicamente os ignorantes e pregava, enquanto que, em particular, levava uma existência de piedade e mortificação, dentro da mais estrita pobreza evangélica.


Foi por esse tempo que compreendeu que, para servir melhor a Deus, necessitava de um conhecimento mais amplo da teologia e, em seguida, obteve permissão de seu bispo para ir estudar na Universidade de Salamanca. Em quatro anos completou o curso e já então havia conquistado magnífica reputação como pregador e diretor de almas, na paróquia de São Sebastião, em Salamanca, onde exercia seu ministério, ao mesmo tempo que na capelania do Colégio de São Bartolomeu. Assim se passaram nove anos. Então, São João adoeceu e teve de enfrentar a alternativa de submeter-se a uma delicada operação cirúrgica ou perder a vida. Decidiu operar-se e fez votos de que, se salvasse a vida, adotaria o hábito religioso. Como afinal saiu bem da cirurgia, solicitou seu ingresso na comunidade dos frades agostinianos de Salamanca; o superior o admitiu imediatamente porque seus méritos eram bem conhecidos. Um ano depois, em 28 de agosto de 1464, fez sua profissão. Já havia adquirido tão completamente o espírito de sua regra, que nenhum dos outros frades se mortificava mais, nem era mais obediente, mais humilde ou mais desprendido que João. Ao pregar, fazia-o com tanta eloquência e tão grande fervor, que seus sermões e suas exortações privadas realizaram o milagre de reformar inteiramente os costumes em toda Salamanca. Possuía o dom maravilhoso de reconciliar os desavindos e restabeleceu a concórdia em numerosas disputas familiares que eram o falatório da sociedade, particularmente entre a juventude da nobreza. Não somente induzia seus penitentes a perdoar as injúrias e esquecer a vingança, mas a muitos deles levou a retribuir o mal com o bem.


Milagre Eucarístico de São João Sahagun

Pouco depois de sua profissão, São João foi nomeado mestre de noviços, cargo que desempenhou com notável destreza. Por sete vezes sucessivas foi definidor e também exerceu o cargo de prior em Salamanca. O convento dos agostinianos era famoso por sua disciplina, e essa regra foi mantida e acrescida por São João, mais por seu exemplo do que por severidade, pois a sincera opinião que todos tinham de sua santidade dava extraordinário peso a seus conselhos e admoestações. Além disso, era dotado de juicioso discernimento e de notável poder para ler os pensamentos de seus penitentes. Ouvia as confissões de todos os que o solicitavam, mas era muito rigoroso ao negar, ou pelo menos adiar, a absolvição nos casos dos pecadores reincidentes ou de eclesiásticos que não viviam de acordo com o espírito de sua profissão. Seu fervor na celebração do santo sacrifício edificava a todos os presentes, apesar de que seus superiores às vezes o repreendiam pelo longo tempo que empregava na celebração da missa. Também se dizia que São João era um daqueles seres privilegiados aos quais foi concedida a graça de contemplar, com seus olhos, a forma humana de Nosso Senhor no momento da Consagração. As graças que recebeu por suas orações e comunhões o revestiram de coragem e eloquência no púlpito. Sem considerar o grau ou qualidade das pessoas, combatia o vício com tal vigor, que muitas vezes isso lhe acarretou perseguições e até violências físicas. Certa vez, pronunciou em Alba um sermão no qual denunciava e condenava firmemente os ricos latifundiários que oprimiam seus pobres trabalhadores; a prédica tocou tão vivamente o duque de Alba, que, cego de furor, pagou a dois assassinos profissionais para matarem o audacioso pregador. Contudo, os dois algozes, ao se encontrarem diante de sua presumida vítima, sentiram-se tomados por profundo remorso e ali mesmo confessaram suas intenções e pediram perdão humildemente. Em outra ocasião, certa mulher cujas libertinagens haviam sido censuradas pelo santo, começou a lançar-lhe pedras quando o encontrou na rua e, se não chegou a causar-lhe graves feridas, foi porque apareceu oportunamente uma patrulha de arqueiros que a deteve. Um personagem proeminente, cujas escandalosas relações com uma mulher que não era sua esposa provocavam o maior escândalo em Salamanca, rompeu abrupta e definitivamente sua relação ilícita, graças às admoestações de São João. A mulher abandonada jurou que se vingaria do santo varão; e é crença geral que a dolorosa doença estomacal que o levou ao túmulo foi provocada pelo veneno que lhe foi administrado por instigação da mulher despeitada. São João morreu em 11 de junho de 1479. Numerosos milagres o glorificaram, antes e depois de sua morte. Foi canonizado em 1690.


A fonte de informação mais digna de crédito para a biografia de São João de Sahagún é um relato escrito por João de Sevilha em forma de cartas dirigidas ao duque Gonçalo de Córdoba. Essas cartas foram traduzidas para o latim, do original espanhol, e impressas no Acta Sanctorum, junho, vol. 11. Os bolandistas também reuniram algumas informações de outros escritores posteriores. Há igualmente um resumo escrito cerca de cem anos após a morte do santo por um monge agostiniano, o famoso pregador, Beato Afonso de Orozco. Esse resumo encontra-se impresso em Agustinos de Salamanca, vol. 1 (1751), pp. 51 e ss., de M. Vidal. Entre as biografias modernas, a melhor é a de T. Cámara (1891), em espanhol. As biografias de personagens do século XVII, escritas em espanhol e francês, são muito numerosas e quase todas mencionadas no livro de U. Chevalier, Bio-Bibliographie. [1]


SÃO BASÍLIDES E COMPANHEIROS, MÁRTIRES (Fim do século III?)


SÃO BASÍLIDES

Em vista de que os santos Basílides, Quirino (ou Cirino), Nabor e Nazário são comemorados neste dia no calendário e no Martirológio romano, com coletas em sua honra, como parte da liturgia da missa, em todos os lugares onde se segue o rito romano, é impossível omiti-los em uma obra como a presente. Mas é necessário advertir que as supostas “atas” desses quatro mártires são absolutamente espúrias. O mencionado Cirino não é outro senão Quirino, cujo artigo figura na data de 4 de junho nesta obra. É opinião dos estudiosos que toda a história desses santos surgiu como consequência de uma confusão de nomes no Hieronymianum e que foi inventada para explicar a conjunção dos quatro mártires no mesmo dia. Essa mesma combinação se encontra também em alguns antigos manuscritos do Sacramentarium Gelasianum, assim como no calendário de Fronto. Existem três “paixões” diferentes e, em uma delas, Basílides aparece sozinho, no que diz respeito ao seu martírio e à sua sepultura, situada num lugar a quatro marcos na Via Aurélia. Possivelmente haja alguma autenticidade nos dados desse escrito. Ao se mencionar Nabor e Nazário no culto aos mártires, nota-se a possibilidade de que esses dois tenham morrido em Milão. Mas, em suma, as contradições dos dados são tão intrincadas que não admitem nenhuma solução. [2]

"Mártires com o nome de Basílides são mencionados nos antigos martirológios em três datas diferentes, ou seja, em 10, 12 e 28 de junho. Na última data está colocada a longa lista de mártires alexandrinos que sofreram durante a perseguição de Septímio Severo, e entre estes aparece o nome de um Basílides.

Eusébio dedica um capítulo inteiro de sua História Eclesiástica (VI, 5) a Basílides e Potamiêna. Após Potamiêna ter sido condenada à morte, Basílides, um oficial da corte, conduziu-a à execução. Ele mostrou compaixão por Potamiêna e conteve a turba pagã que queria zombar dela. Potamiêna agradeceu-lhe e o exortou a se consolar, pois, após sua morte, ela rogaria ao Senhor por ele e recompensaria sua bondade.

Pouco tempo depois, Basílides foi chamado a fazer um juramento. Ele respondeu que não podia jurar e declarou abertamente ser cristão. Quando foi levado diante do juiz, fez uma confissão inabalável e foi lançado na prisão. Foi visitado por vários cristãos, aos quais contou que, três dias após o martírio de Potamiêna, ela lhe apareceu e colocou uma coroa sobre sua cabeça, com a garantia de que o Senhor em breve o levaria para Si. Basílides foi então batizado, e no dia seguinte foi decapitado." [3]


Três séries distintas de supostas atas sobre São Basílides e seus companheiros foram impressas pelos bolandistas no terceiro volume de junho do Acta Sanctorum. A exposição mais satisfatória do problema é talvez a de Delehaye, em seu CMH., pp. 315-316; mas convém ver também J. P. Kirsch, em Der stadtrömische christliche Festkalendar (1924), pp. 60-63.


Referência:


  1. Butler, Alban. Vida dos Santos, vol. 2, pp. 524–526. Edição espanhola.

  2. Ibid. pp. 526.

  3. Enciclopédia Católica (https://www.newadvent.org/cathen/02329a.htm?utm_source=chatgpt.com).

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