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Vida de São Joaquim, Pai da Virgem Maria e São Roque (16 de agosto)



SÃO JOAQUIM

São Pedro Damião dizia que era uma curiosidade vã e culpável tentar averiguar o que os Evangelistas não escreveram e dava como exemplo a curiosidade acerca dos pais da Santíssima Virgem. De qualquer forma, os que não estão de acordo com o santo dificilmente poderão satisfazer sua curiosidade neste ponto. Os únicos escritos que pretendem possuir alguns dados sobre os pais de Maria são apócrifos, como o “Protoevangelho de Tiago”, que apesar de seu nome não tem nada da autenticidade da Sagrada Escritura. Até mesmo os nomes dos pais de Maria, Joaquim e Ana, provêm dos apócrifos. Na realidade, não possuímos nenhum dado certo sobre eles, mas não é ilícito aceitar as piedosas crenças procedentes dos apócrifos que não se opõem à doutrina da Igreja e a outras verdades certas. Como dissemos em nosso artigo sobre Santa Ana (26 de julho), uma tradição muito difundida, que se deriva do “Protoevangelho de Tiago”, sustenta que a Virgem Maria nasceu como fruto de uma promessa que o Céu fez a seus pais em resposta a suas orações.


No Oriente se celebra desde época muito antiga a festa de São Joaquim e de Santa Ana no dia 9 de setembro. Já no Ocidente, a festa de São Joaquim só começou a ser celebrada no século XV. Em 1913, fixou-se o dia 16 de agosto como data da festa do santo.


Veja-se a nota bibliográfica do artigo sobre Santa Ana (26 de julho). [1]


SÃO ROQUE

Na Itália e na França já se venerava São Roque no século XV, pouco depois de sua morte; entretanto, não existe nenhum relato autêntico de sua vida. Está fora de dúvida que nasceu em Montpellier e que se dedicou a assistir os enfermos durante uma epidemia na Itália, mas a isso praticamente se reduz o que sabemos acerca dele. As vidas que existem constituem um remendo de lendas populares, cuja base seja histórica, mas não há maneira de comprová-lo. Segundo uma biografia escrita em 1478 pelo veneziano Francisco Diedo, Roque era filho do governador de Montpellier. Ficou órfão aos vinte anos e fez uma peregrinação a Roma. Durante a epidemia de peste que se desencadeou naquela época, dedicou-se ao cuidado dos enfermos em Acquapendente, Cesena, Roma, Rimini e Novara, e conseguiu curar a muitos apenas fazendo sobre eles o sinal da cruz. Em Piacenza contraiu a doença e, como não queria ser um peso para nenhum hospital, arrastou-se até os arredores da cidade para morrer sozinho. Mas um cão o alimentou milagrosamente [trazendo pão diariamente, além de ter nascido uma fonte de agua da terra]. O cão pertenceria a um homem rico, de nome Gottardo Palastrelli, que apercebendo-se miraculosamente da presença de Roque, o teria ajudado, sendo por ele convertido a emendar a sua má vida. Quando recuperou as forças, o santo voltou à cidade, onde curou milagrosamente muitas pessoas e numerosas cabeças de gado. Finalmente retornou a Montpellier. Seu tio não o reconheceu. O santo esteve preso por cinco anos e morreu na prisão. Quando os guardas foram examinar o cadáver, perceberam que era o filho do antigo governador da cidade, pois tinha no peito uma marca de nascença em forma de cruz. Toda a cidade acudiu aos funerais, e o santo continuou a operar numerosos milagres depois de morto. Outra biografia, mais antiga, mais curta e mais simples, conta que São Roque foi preso porque foi confundido com um espião e que morreu prisioneiro em Angera da Lombardia. Segundo a Legenda Áurea, a respeito de sua morte na prisão, consta o seguinte:


“[...] E São Roque, como peregrino em penitência, ardendo no amor de Deus, encaminhou-se para sua pátria e chegou a uma província da Lombardia chamada Angleria, e dali seguiu em direção à Alemanha, onde o senhor daquela província guerreava contra seu inimigo. Os cavaleiros deste o prenderam, tomando-o por espião, e o entregaram ao seu senhor como traidor. Este bem-aventurado santo, sempre confessando a Jesus Cristo, foi lançado em uma prisão dura e estreita, a qual aceitou com paciência e alegria. De dia e de noite, recordando o nome de Jesus, recomendava-se a Deus, pedindo que a prisão lhe fosse como um deserto de penitência. E ali permaneceu por cinco anos em oração.


No fim do quinto ano, quando Deus quis levá-lo à companhia dos santos, o homem que lhe levava alimento diariamente viu uma grande luz resplandecendo na prisão e São Roque de joelhos em oração, e contou tudo ao seu senhor. A notícia correu pela cidade e muitos acorreram para ver o prodígio, louvando a Deus e acusando o senhor de crueldade.


Quando Roque percebeu que chegava o fim de sua vida, chamou o carcereiro e pediu-lhe que suplicasse a seu senhor, em nome de Deus e da Virgem Maria, que lhe enviasse um sacerdote para confessar-se. Assim foi feito. Depois de confessar-se e receber a bênção, pediu para ficar a sós por três dias em contemplação da Paixão de Cristo. Concederam-lhe tal graça. No fim do terceiro dia, apareceu-lhe o anjo de Deus dizendo: “Ó Roque, Deus me envia por tua alma; pede agora o que desejares”.


São Roque então orou com devoção, pedindo que todos os cristãos que invocassem reverentemente o nome de Jesus por sua intercessão fossem preservados do flagelo da peste. Feita a oração, entregou sua alma.


Logo um anjo trouxe do céu uma tábua escrita em letras de ouro, que colocou sob sua cabeça, na qual estava escrito que Deus atendera sua súplica: todo aquele que invocasse humildemente São Roque seria preservado da peste.


No terceiro dia, quando mandaram libertá-lo, encontraram-no já falecido, e a prisão cheia de luz, com um grande círio aceso à sua cabeça e outro aos pés. Sob sua cabeça acharam a tábua que revelava seu nome. Reconheceu-se então que era Roque de Montpellier, sobrinho do senhor da província, o que antes não sabiam. Penitentes e contritos, os habitantes o sepultaram com solenidade, e pouco depois foi gloriosamente canonizado pelo papa. Em sua honra, ergueram uma grande igreja.


Que nós também, com devoção, oremos a este glorioso santo, São Roque, para que por sua intercessão sejamos libertos da peste e da morte súbita, e, vivendo nesta vida em penitência, alcancemos a vida eterna no céu. Amém. Sua festa celebra-se no dia seguinte à Assunção de Nossa Senhora. [2]


A popularidade e rápida difusão do culto a São Roque, que não se extinguiu em nossos dias, foi verdadeiramente extraordinária. Ele é invocado sobretudo contra a peste. O Martirológio Romano o menciona, e sua festa é celebrada em muitos lugares. Não existem provas de que São Roque tenha sido terciário franciscano, mas os franciscanos o veneram como tal.


Ver Acta Sanctorum, agosto, vol. 1; Le problème de S. Roch, de A. Fliche, em Analecta Bollandiana, vol. lxviii (1950), pp. 343-361. A melhor prova da popularidade de São Roque é a longa lista de livros e artigos citados por Chevalier em Bio-bibliographie. A obra de G. Ceroni, San Rocco nella vita... (1927), é moderna e de interesse geral. Veja-se também M. Bessodes, San Rocco, storia e leggende (1931); e A. Maurino, San Rocco, confronti storici (1936) (cf. Analecta Bollandiana, vol. lv, 1937, p. 193). É curioso encontrar na Inglaterra certas marcas do culto de São Roque. Há uma biografia curta, de tipo popular, em Léon, Auréole Séraphique (trad. ingl.), vol. II, pp. 11-21. [3]


Referência:


  1. Butler, Alban. Vida dos Santos, "SÃO JOAQUIM" vol. 3, pp. 340–341.

  2. VORAGINE, Jacobus de. Legenda Aurea. Tradução de William Caxton. Disponível em: https://www.christianiconography.info/goldenLegend/roch.htm.

  3. Butler, Alban. Vida dos Santos, "SÃO ROQUE", vol. 3, pp. 341-342.


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“O ROSÁRIO
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Padre Pio
 

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Enquanto a modéstia não for colocada em prática a sociedade vai continuar a degradar, a sociedade fala o que é pelas roupas que veste.

- Papa Pio XII
 

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A castidade faz o homem semelhante aos anjos.”
- São Gregório de Nissa
 

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O sofrimento de Jesus na Cruz nos ensina a suportar com paciência nossas cruzes,
e a meditação sobre Ele é o alimento da alma.”


Santo Afonso MARIA de Ligório

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