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Vida de São Pacífico de San Severino: Festa de Nossa Senhora das Mercês (24 de setembro)



Nossa Senhora das Mercês por Vicente López Portaña.
Nossa Senhora das Mercês por Vicente López Portaña.

A primeira nota que figura no Martirológio Romano na data de hoje é esta: “A festa da Bem-Aventurada Virgem Maria, chamada das Mercês, instituidora da Ordem para a Redenção de Cativos, sob esse título. Sua Aparição é mencionada a 10 de agosto” e, no próprio martirológio, nas notas da data, encontramos isto: “Festa da Aparição, na Espanha, da Bem-Aventurada Virgem Maria... etc.” Na nota dedicada a São Pedro Nolasco (ver 28 de janeiro), referimo-nos às dificuldades que existem para comprovar a história da fundação desta ordem religiosa, conhecida como dos Mercedários, particularmente ao caráter tão pouco digno de confiança das provas apresentadas para certificar a aparição de Nossa Senhora a São Pedro Nolasco e a outros mais. A data da primeira fundação da ordem na Espanha é o dia 10 de agosto (de 1218, de 1223 ou de 1228), mas a celebração que comemora o acontecimento, como Solenidade da Descida de Nossa Senhora das Mercês, foi sempre observada pelos mercedários no domingo mais próximo ao dia 10 de agosto. A Santa Sé autorizou a celebração da Festa em toda a Espanha em 1680 e, em 1696, estabeleceu a data de 23 de setembro e estendeu a comemoração a toda a Igreja do Ocidente. As invocações que se têm feito à Virgem Santíssima sob sua invocação das Mercês pela conversão dos infiéis nada têm a ver com os aspectos históricos ou litúrgicos da Festa. Na Inglaterra dá-se-lhe o nome de Nossa Senhora da Piedade, que expressa a ideia de “mercê” e pode ser considerada como intercessora na libertação da Inglaterra dos erros religiosos, da mesma maneira como, na Missa deste dia, pedimos que os fiéis sejam libertados dos laços do pecado.


Nossa Senhora das Mercês (1740) por José de Páez.
Nossa Senhora das Mercês (1740) por José de Páez.

A imagem da Virgem das Mercês, a primeira efígie de Nossa Senhora que houve em Lima, foi considerada como “Padroeira Perpétua dos Campos do Peru” desde 1615, quando a Justiça e o Regimento do Vice-Reino, reunidos em Cabido, promulgaram uma ordenança nesse sentido. Posteriormente, na época republicana (1823), a ordem foi ratificada por um decreto do Congresso Constitucional que declarava a Virgem das Mercês, Padroeira das Armas da República do Peru.


Ver o Calendarium Festorum Dei et Dei Matris (1925), p. 327, de F. G. Holweck, que parece aceitar com certa facilidade a tradição mercedária; o mesmo autor recomenda consultar D. Pérez Sanjulián, em sua Historia de la Santísima Virgen María (1912), vol. 1, p. 645. Uma comissão formada pelo Papa Bento XIV para a reforma do Breviário Romano tinha o projeto de suprimir esta Festa de Nossa Senhora das Mercês, mas a ideia só foi posta em prática no calendário aprovado para os beneditinos em 1915. [1]




São Pacífico de São Severino por Heiliger.
São Pacífico de São Severino por Heiliger.

No ano de 1653, na cidade de San Severino da Marca de Ancona, nasceu do matrimônio formado por Antônio Divini e Maria Bruni um filho a quem batizaram com o nome de Carlos Antônio. Quando este tinha cinco anos morreram seu pai e sua mãe e ficou aos cuidados de seu tio, que era um homem rude e desagradável. Naquela casa, o menino era simplesmente um criado a quem não se tinha nenhuma consideração. Durante muito tempo, Carlos suportou com paciência e humildade extraordinárias aquela vida miserável até que, ao completar dezessete anos, ofereceu-se aos Frades Menores da Observância, que o aceitaram imediatamente. No ano de 1670 recebeu o hábito franciscano e o nome de Pacífico, no mosteiro de Forano. Após o costumeiro curso de estudos, foi ordenado sacerdote à idade de vinte e cinco anos. Imediatamente foi destinado a ensinar filosofia aos frades mais jovens e, ao cabo de dois anos, convenceu seus superiores de que a pregação era uma tarefa mais adequada às suas condições e foi enviado às aldeias e povoados da região para pregar. Seus sermões ternos e simples foram bem recebidos em toda parte e seu dom particular de ler na consciência de seus penitentes lhe deu grande ascendência entre as gentes.


Conta-se que a um tal Giacomo Sconochia, da localidade de Cignoli, recordou que havia omitido a confissão de duas graves culpas de blasfêmia e outro penitente afirmou que o santo frade trouxe à sua memória várias ocasiões em que havia sido rude com sua mãe e outras em que havia consentido maus pensamentos. O apostolado público do irmão Pacífico só durou seis ou sete anos, porque à idade de trinta e cinco ficou surdo e cego. Ao mesmo tempo, uma estranha enfermidade que lhe produzia dolorosas úlceras nas pernas o condenou à quase completa imobilidade. Permaneceu no convento de Forano, dedicado à oração e à penitência. Durante algum tempo confiou-se a ele o ofício de vigário e guardião em San Severino, até que, no ano de 1705, regressou a Forano, onde passou o resto de sua vida.


    São Pacífico de São Severino.
São Pacífico de São Severino.

Em várias ocasiões, São Pacífico deu mostras de possuir o dom da profecia, como por exemplo em 1717, quando predisse a vitória do príncipe Eugênio de Saboia na batalha de Belgrado contra os turcos. Como se não tivesse bastantes sofrimentos com os males de seu corpo, entregava-se a maiores mortificações no uso de disciplinas e camisas de cerdas e seus superiores tiveram de intervir para aliviar seus jejuns. Com frequência caía em êxtases quando celebrava a Missa e, às vezes, seus arroubos se prolongavam durante várias horas. No mês de julho de 1721 recebeu a visita do bispo de San Severino e, quando o prelado se retirava, terminada a entrevista, o irmão Pacífico gritou intempestivamente: “Meu senhor! O céu, o céu! Eu vos seguirei em breve...” Nos quinze dias seguintes morreu o bispo e, no dia 24 de setembro, o irmão Pacífico o seguiu à sepultura. Se durante sua vida operou milagres, estes se multiplicaram em sua tumba e, em 1752, abriu-se seu processo de canonização, no qual foram relatores o cardeal Henrique de York e Mons. Erskine, que também chegou a cardeal. O irmão Pacífico foi canonizado em 1839.


Publicaram-se várias biografias desde a data da canonização e podem-se destacar a de Melchiori (1839), a de Bernardino de Gajioli (1898) e a de Diotalevi (1910). Ver também Léon, em Auréole Séraphique, vol. III, pp. 224-229. [2]


Referência:


  1. Butler, Alban. Vida dos Santos, vol. 3, pp. 653-654.

  2. Ibid. pp. 656-657.


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