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VIDA DE SÃO BERNARDINO DE SIENA E SÃO TALALEO, MÁRTIR (20 de maio)

Atualizado: 28 de mai.

  1. SÃO BERNARDINO DE SIENA (1444 d.C.)

  2. SÃO TALALEO, MÁRTIR (c. 284 d.C.)


SÃO BERNARDINO DE SIENA (1444 d.C.)


Gregoriano. SÃO BERNARDINO DE SIENA

São Bernadino nasceu em Massa Marittima, na Toscana, onde seu pai, pertencente à nobre família sienense dos Albizeschi, exercia o cargo de governador. Bernardino ficou órfão de pai e mãe antes de completar sete anos. Uma tia materna de Bernardino, junto com sua filha, encarregou-se de sua educação; ambas eram excelentes mulheres, que o educaram piedosamente e o amaram como a um filho. Aos onze ou doze anos, Bernardino ingressou numa escola em Siena, onde cursou brilhantemente os estudos que se faziam naquela época para os jovens de sua posição. Bernardino era muito bem-apessoado e tão simpático, que todos se sentiam felizes em sua companhia. Mas ele não suportava blasfêmias: assim que ouvia alguém profanar o santo nome de Deus, suas faces se acendiam e ele repreendia o blasfemador com severidade. Certa vez, quando um companheiro tentou induzi-lo ao vício, Bernardino lhe desferiu um golpe violento no rosto; em outra ocasião semelhante, incitou seus colegas a atirar pedras e lama no vicioso. Fora dessas ocasiões em que se indignava justamente, Bernardino era pacífico e bondoso e, de fato, por toda a vida distinguiu-se por sua afabilidade, paciência e cortesia.


Aos dezessete anos, ingressou numa confraria de Nossa Senhora, cujos membros se comprometiam a praticar certos exercícios de piedade e a cuidar dos enfermos. Desde então, começou também a praticar severas mortificações corporais. Em 1400, estourou em Siena uma violenta epidemia de peste. Entre doze e vinte pessoas morriam diariamente no famoso hospital de Santa Maria della Scala, e a maioria dos enfermeiros caiu vítima da epidemia. Bernardino então se ofereceu para assumir a direção do estabelecimento, junto com outros jovens que ele havia convencido de que deviam sacrificar a vida, se necessário, para assistir aos enfermos. A cidade aceitou os serviços dos piedosos jovens, que trabalharam incansavelmente durante quatro meses, dia e noite, sob a direção de Bernardino. O santo, que assistia pessoalmente aos enfermos e os preparava para a morte, supervisionava também o trabalho de seus companheiros e cuidava da ordem e limpeza do hospital. Vários de seus companheiros morreram durante a epidemia; Bernardino escapou milagrosamente do contágio e retornou a sua casa quando a peste cessou; mas estava tão exausto que uma febre o prostrou no leito durante vários meses.


Quando se recuperou, um dever de caridade o esperava no seio da própria família. Uma tia sua, chamada Bartolomea, havia perdido a visão e não podia levantar-se do leito. Bernardino consagrou-se a cuidá-la com o mesmo zelo com que servira às vítimas da epidemia. Catorze meses depois, Deus chamou a si a inválida, que morreu nos braços do sobrinho. Livre já de todos os laços terrenos, Bernardino entregou-se à oração e ao jejum para saber o que Deus queria dele. Pouco depois, tomou o hábito franciscano em Siena. Mas, como seus amigos e conhecidos insistissem em visitá-lo no convento, o jovem noviço obteve de seus superiores a permissão de retirar-se para o convento de Colombaio, nos arredores da cidade, onde se observava a regra de São Francisco com todo o rigor. Lá, fez seus votos em 1403. Exatamente um ano depois, no dia da Natividade da Virgem — que era também o aniversário de seu próprio nascimento, de seu batismo e da tomada do hábito — recebeu a ordenação sacerdotal.


Sabemos pouco da vida de Bernardino durante os doze anos seguintes. Pregava ocasionalmente, mas passava a maior parte do tempo recolhido. Deus o preparava pouco a pouco para sua dupla missão de apóstolo e reformador. Quando chegou o momento fixado por Deus, Bernardino conheceu a vontade divina de modo singular. Um noviço do convento de Fiésole, onde se encontrava Bernardino, advertiu-o durante três dias consecutivos ao fim dos matines: “Irmão Bernardino, não escondas mais os dons que Deus te concedeu. Vai para a Lombardia, onde todos te esperam.” Tanto Bernardino quanto seus superiores viram nisso um sinal da vontade divina e obedeceram. O santo iniciou sua carreira apostólica em Milão. Chegou ali no final de 1417; embora ninguém o conhecesse na cidade, sua eloquência e zelo começaram logo a atrair imensas multidões. Quando terminou de pregar a quaresma, o povo exigiu a promessa de que ele voltaria, antes de deixá-lo partir para pregar em outras regiões da Lombardia. No começo, Bernardino tinha certa dificuldade de se fazer ouvir do púlpito; mas sua voz tornou-se, gradualmente, mais clara e penetrante, graças à intercessão da Santíssima Virgem, a quem Bernardino invocava com fervor.


SÃO BERNARDINO DE SIENA COM um quadro com as iniciais I.H.S

É praticamente impossível seguir o santo em todas as suas missões, pois ele pregou por toda a Itália, exceto no reino de Nápoles. Viajava sempre a pé; com frequência, pregava durante várias horas seguidas e pronunciava diversos sermões em um só dia. Nas cidades de maior importância, era obrigado a pregar ao ar livre, já que nenhuma igreja era suficientemente grande para comportar as multidões que acorriam para ouvi-lo. Em todos os lugares, aconselhava a penitência, denunciava os vícios mais difundidos e propagava a devoção ao Santíssimo Nome de Jesus. Ao terminar os sermões, expunha à veneração do povo um quadro com as iniciais I.H.S., rodeadas de raios; exortava os ouvintes a implorar a misericórdia divina e dava-lhes a bênção com o quadro. Nos locais em que havia disputas, reconciliava os inimigos e os instava a substituir os escudos dos guelfos e dos gibelinos — que geralmente estavam sobre as portas das casas — pelas iniciais do Nome de Jesus. Em Bolonha, onde o jogo de azar era praticado com entusiasmo, o santo pregou com tanto êxito que os habitantes renunciaram ao jogo e queimaram publicamente cartas e dados. Um fabricante de baralhos queixou-se de que o santo lhe privara de seu único meio de subsistência; São Bernardino então lhe aconselhou a fabricar estampas com as iniciais do Nome de Jesus, e o comerciante passou a lucrar mais com elas do que antes com os baralhos. Em toda a Itália comentava-se o êxito das missões de São Bernardino, falava-se das conversões, das restituições de bens roubados, das reparações de injúrias e da reforma dos costumes. No entanto, não faltaram opositores à sua pregação; acusavam-no de fomentar práticas supersticiosas. Seus inimigos chegaram a denunciá-lo ao Papa Martinho V, que lhe proibiu temporariamente de pregar. Mas, após um exame minucioso de sua doutrina e conduta, o próprio Pontífice autorizou-o a pregar em toda parte. Em 1427, Martinho V propôs a São Bernardino a sé episcopal de Sena; mas o santo recusou-a, como também recusaria, mais tarde, as dioceses de Ferrara e Urbino. Para justificar-se, alegava que, ao limitar-se a uma única diocese, teria de abandonar muitas almas.


Contudo, em 1430, teve de interromper o trabalho missionário ao ser nomeado vigário geral dos frades da Observância estrita. Esse movimento da Ordem de São Francisco havia começado em meados do século XIV no convento de Brogliano, entre Camerino e Assis, mas só se firmou na época de São Bernardino, que se tornou seu segundo fundador e organizador. Quando ele tomou o hábito, havia na Itália apenas cerca de trezentos frades observantes; quando morreu, já eram mais de quatro mil. Em todas as missões do santo, reunia-se a ele um grupo de jovens que lhe pediam admissão na sua ordem, e eram feitas ofertas para a fundação de conventos da Observância. Por isso, não surpreende que a Ordem lhe tenha confiado oficialmente a tarefa de consolidar a reforma. São Bernardino desempenhou esse ofício com tal prudência e tato, que muitas comunidades da rama conventual aderiram espontaneamente à Observância. Os primeiros observantes desprezavam a ciência e as riquezas; mas São Bernardino, que não ignorava os perigos da ignorância — especialmente numa época em que se buscava os observantes como confessores —, impôs-lhes a obrigação de cursarem teologia e direito canônico. O santo possuía vasta cultura, como mostram os sermões latinos que compôs em Capriola, e o fato de que, no Concílio de Florença, dirigiu-se aos delegados gregos em seu próprio idioma.


SÃO BERNARDINO DE SIENA PREGANDO

Por mais importante que fosse a tarefa que lhe havia sido confiada, São Bernardino sentia saudade do trabalho apostólico direto, que considerava sua verdadeira vocação. Finalmente, em 1442, obteve do Papa a permissão para renunciar ao cargo de vigário geral. Imediatamente retomou as missões, pregando na Romanha, em Ferrara e na Lombardia. Já bastante debilitado de saúde, parecia um cadáver; no entanto, o único luxo que se permitia era o uso de um burrico para as viagens. Em 1444, pregou em Massa Marittima durante cinquenta dias consecutivos uma missão quaresmal, exortando seus compatriotas a conservar a paz na cidade. Aproveitou a ocasião para despedir-se de sua terra natal. Embora já estivesse moribundo, continuou seu trabalho apostólico e empreendeu uma viagem a Nápoles, pregando ao longo do caminho. Ao chegar a Áquila, estava completamente exausto. Ali faleceu no claustro dos conventuais, no dia 20 de maio de 1444, véspera da Ascensão. Estava prestes a completar sessenta e quatro anos, dos quais vivera quarenta e dois na vida religiosa. Foi sepultado em Áquila, e Deus honrou seu túmulo com numerosos milagres. Foi canonizado seis anos após sua morte.


Existem muitas biografias latinas antigas de São Bernardino; encontram-se enumeradas em detalhe na BHL, nn. 1188-1201. No Acta Sanctorum, maio, vol. V, estão publicadas algumas delas e há extratos de outras. Também são muito numerosos os estudos modernos sobre a vida e a obra de São Bernardino. A primeira edição da biografia escrita por P. Thureaus-Dangin apareceu em 1896. Dignas de menção são também as obras de K. Hefele, em alemão (1912); A. G. Ferrers Howell, em inglês (1913); V. Facchinetti (1933), e Piero Bargellini (1933), ambas em italiano. Abundam as obras excelentes. Nos tempos modernos foram descobertos e publicados muitos novos documentos; cf. Archivum Historicum Franciscanum, sobretudo os vols. VI, VIII, IX, XI, XV, etc. Quem desejar uma bibliografia mais detalhada, encontrará nas obras de B. Stasiewski, Der Hl. Bernardin von Siena (1931), e V. Facchinetti, Bullettino Bibliografico (1930). O esboço biográfico de M. Ward, St Bernardino, the People's Preacher (1914), é muito agradável. No ano de 1944, quinto centenário da morte do santo, publicaram-se muitos livros sobre ele, particularmente em italiano. Na Analecta Bollandiana, vol. LXX (1953), pp. 282-322, há uma biografia.



SÃO TALALEO, MÁRTIR (c. 284 d.C.)


SÃO TALALEO, MÁRTIR

Segundo a lenda, São Talaleo era médico e atendia gratuitamente os enfermos; por isso, os gregos o chamavam de “o misericordioso” e o classificavam entre os santos “desinteressados”. O Martirológio Romano diz que São Talaleo foi martirizado em Édesa, cidade da Síria; mas, na verdade, seu martírio ocorreu em Égias, na Cília. Conta-se que o santo nasceu no Líbano, era filho de um general romano e exercia a medicina em Anazarbo. Quando estourou a perseguição de Numeriano, Talaleo refugiou-se num olival, onde foi capturado. Levado à costa de Égias, foi lançado ao mar amarrado de mãos e pés, mas, apesar disso, conseguiu chegar vivo à costa, onde foi decapitado. Pelo menos é assim que contam a história os “atos” gregos, que não possuem nenhum valor histórico. São Talaleo foi associado a muitos outros mártires; entre eles estão Alexandre e Astério, que foram os soldados encarregados da execução do mártir ou, pelo menos, testemunharam seu martírio.


No Acta Sanctorum, maio, vol. V, há duas versões gregas e uma armênia. F. C. Conybeare traduziu esta última para o inglês em Apology and Acts of Apollonius... (1894). Delehaye (Origines du Culte des Martyrs, p. 165) demonstra que não há razões para duvidar da historicidade do martírio de Talaleo e que seu culto é muito antigo.


Referência:

Alban Butler, Vida dos Santos, volume 2,

pp. 339-342. Versão espanhola (1965).

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