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Os 22 Mártires de Uganda, e São Luciniano e outros mártires (3 de junho)


BEATOS CARLOS LWANGA, JOSÉ MKASA E SEUS COMPANHEIROS –

OS 22 MÁRTIRES DE UGANDA (1886 d.C.)


SANTOS CARLOS LWANGA, JOSÉ MKASA E SEUS COMPANHEIROS

A história dos mártires de Uganda é um relato comovente que vivifica os corações cristãos ao revelar o poder da graça de Deus. Mostra que aqueles milagres de constância que nos surpreendem ao lermos sobre os sofrimentos dos mártires nas primeiras perseguições se renovaram em nossos tempos, entre povos ainda não civilizados do centro da África, onde os Padres Brancos, do Cardeal Lavigerie, estabeleceram as primeiras missões católicas em 1879. As missões progrediram em Uganda graças ao regente local, Mtesa, que mostrava certa simpatia pelos cristãos. No entanto, seu sucessor, Mwanga, parecia decidido a erradicar o cristianismo de seu povo, especialmente após ser repreendido por um católico servidor do palácio, Beato José Mkasa, pelos abomináveis vícios que praticava e pelo assassinato do missionário protestante James Hannington e de toda a sua caravana. Mwanga era viciado em um pecado contra a natureza — uma perversão introduzida pelos árabes entre os africanos, até então relativamente decentes — e sua indignação contra o cristianismo, já acesa pela postura de José Mkasa e pelas sugestões de funcionários ambiciosos, explodiu quando alguns jovens cristãos de seu serviço recusaram-se a ceder às suas perversões.


O próprio José Mkasa foi a primeira vítima: em 15 de novembro de 1885, Mwanga ordenou sua decapitação sob um pretexto qualquer. Depois da execução pública, para espanto do rei, os cristãos, longe de se intimidarem, continuaram com suas atividades. Em maio do ano seguinte, a perseguição recrudesceu. Mwanga mandou chamar um de seus pajens, um garoto chamado Mwafa, e, ao tê-lo por perto, descobriu que o jovem recusava suas propostas porque fora instruído na fé cristã por outro paje, Beato Denis Sebuggwawo. Furioso, o rei mandou trazer Denis à sua presença e, assim que o teve diante de si, cravou-lhe uma espada no pescoço.


Naquela noite, os guardas cercaram o palácio com ordens de não deixar escapar nenhum dos pajens cristãos. Os feiticeiros foram convocados, tambores de guerra rufaram para chamar os verdugos profissionais. Enquanto isso, num canto do palácio e em segredo absoluto, Beato Carlos Lwanga, que havia assumido o lugar de José Mkasa como chefe dos pajens, batizou quatro catecúmenos, entre eles Beato Kizito, um menino de treze anos que ele frequentemente havia salvado dos intentos perversos do rei. Na manhã seguinte, todos os pajens foram convocados pelo rei e alinhados diante dele. Mwanga ordenou que os cristãos dessem dois passos à frente. Carlos Lwanga e Kizito, o mais velho e o mais novo do grupo, avançaram com decisão, seguidos por mais treze jovens, todos com menos de 25 anos. Dois outros jovens presos anteriormente e dois soldados se uniram a eles. O rei perguntou se pretendiam continuar cristãos. “Até a morte!”, responderam em uníssono. “Então que morram logo!”, disse o rei com desprezo.


SANTOS CARLOS LWANGA, JOSÉ MKASA E SEUS COMPANHEIROS NA GLÓRIA

O local da execução era Namugongo, a cerca de sessenta quilômetros de distância. Para lá partiu imediatamente a caravana com dezenove vítimas. “O grupo de jovens heróis estava a poucos passos de mim” — escreveu o padre Lourdel, superior da missão dos Padres Brancos — “Kizito, o mais novinho, sorria e conversava... Senti tamanha angústia que precisei me apoiar no muro para não cair... Não me era permitido dirigir-lhes uma só palavra, e tive que me contentar em ler em seus rostos e olhos a resignação, a alegria e a coragem de seus corações.


A três dos jovens foi tirada a vida enquanto iam pelo caminho; os restantes foram encerrados na estreita prisão de Namugongo, em condições desumanas, durante sete dias, enquanto se preparava a enorme fogueira. No dia 3 de junho de 1886, dia da Ascensão, foram tirados do calabouço; diante do monte de ramos secos foram despidos, atados de pés e mãos e, um a um, foram envolvidos em esteiras de junco;* os pacotes enrolados com as vítimas dentro foram arrumados em fileiras sobre a fogueira (a um menino, o BEATO MBAGA, mataram antes com um golpe na cabeça, por ordem de seu pai, que era o chefe dos verdugos) e atearam fogo. Num tom mais alto que o do cântico ritual dos verdugos, surgiram algumas vozinhas de entre as chamas e a fumaça para repetir o nome de Jesus.


A perseguição se estendeu, e tanto protestantes ** como católicos perderam suas vidas antes que renegar de Cristo. Um dos mais destacados entre os confessores foi o BEATO MATIAS MURUMBA, que foi martirizado com repugnante crueldade; era um homem de idade madura, magistrado auxiliar do chefe provincial, que ouviu falar de Jesus Cristo pela primeira vez com os missionários protestantes e mais tarde foi batizado pelo padre Livinhac, P. B. Outro homem mais velho, BEATO ANDRÉ KAGWA, governador de Kigowa, instrumento na conversão de sua esposa e que havia reunido um numeroso grupo de catecúmenos ao seu redor, foi decapitado por se recusar a abandonar sua fé. Esse André Kagwa, junto com Carlos Lwanga, Matias Murumba e outros dezenove jovens (dos quais dezessete eram pajens do rei), foram solenemente beatificados em 1920. Mais uma vez se cumpriram as tantas vezes citadas palavras de Tertuliano, o africano:

O sangue dos mártires é semente de cristãos”,

já que o número de batizados em Uganda aumenta constantemente.


[NOTA: *O fato lembra as anotações de Júlio César sobre os sacrifícios humanos dos gauleses, que colocavam suas vítimas em cestos de vime antes de queimá-las. (Cf. Guerra das Gálias, VI). ** Aqui não significa que os protestantes se salvaram, pois é um dogma da fé que não há salvação fora da Igreja Catolica. "E que ninguém, por mais esmolas que dê, ainda que derrame seu sangue pelo Nome de Cristo, pode salvar-se se não permanecer no seio e na unidade da Igreja Católica" (Papa Eugênio IV, no Concílio de Florença, Bula Cantate Domino (1441), ex cathedra).]


A carta apostólica do Papa Bento XV, que inclui uma declaração detalhada dos nomes e das brutalidades praticadas, encontra-se no Acta Apostolicae Sedis vol. XII (1920), pp. 272-281. Ver Mons. C. Salotti, I Martiri del Uganda (1921); M. Halliell, Uganda eine Edelfrucht (1921); Mons. H. Streicher, The Blessed Martyrs of Uganda (1928); J. P. Thoonen, Black Martyrs (1941); e A. E. Howell, The Fires of Numugongo (1948). [1]


SÃO LUCINIANO E SEUS COMPANHEIROS, MÁRTIRES (273 d.C.)


SÃO LUCINIANO e santa paula

De acordo com o menológio do imperador Basílio, São Luciniano era um sacerdote pagão de Nicomédia, convertido ao cristianismo em idade avançada e que morreu martirizado. Foi preso durante o reinado do imperador Aureliano e compareceu diante do magistrado Silvano. Por ter se recusado a negar Cristo, bateram-lhe no rosto com pedras, açoitaram-no e o arrastaram com uma corda amarrada ao pescoço. Na prisão onde foi posteriormente encerrado, teve o consolo de encontrar quatro jovens cristãos: Cláudio, Hípacio, Paulo e Dionísio, aos quais fortaleceu na fé com tanto êxito que, assim que os réus compareceram diante do tribunal, fizeram uma firme confissão de suas crenças. Então meteram São Luciniano num forno aceso do qual, no entanto, saiu ileso. Por fim, os cinco foram enviados a Bizâncio, onde crucificaram Luciniano e decapitaram os demais.


Paula, uma cristã que levava alimentos aos mártires na prisão e lhes curava as feridas, também foi detida, torturada no forno e, finalmente, decapitada. A população de Constantinopla tinha grande devoção por esses santos. Na cidade subsistem diversas versões sobre sua história, nas quais, ora encontramos São Luciniano representado como um virtuoso sacerdote cristão, ora como esposo de Paula e pai de seus jovens companheiros de prisão e martírio. Outra lenda afirma que todos eram naturais do Egito e que lá morreram. E, a bem da verdade, é muito pouco provável que São Luciniano e seus companheiros tenham sido martirizados em Bizâncio. Seu culto em Constantinopla deve-se ao fato de que suas relíquias foram aí trasladadas, talvez desde outra cidade da Trácia ou desde Nicomédia, que muito bem pode ter sido o lugar de seu martírio.


Os bolandistas, no Acta Sanctorum (junho, vol. 1), reproduzem o texto grego de um panegírico sobre Luciniano, escrito por um certo Fócio. Na Analecta Bollandiana, vol. xxxf1 (1912), Delehaye publicou uma paixão dos mesmos mártires, em grego: ver pp. 187-192 e os comentários do editor nas pp. 232-235. A história não pode ser considerada senão como um conto piedoso. [2]


Referência:


  1. Butler, Alban. Vida dos Santos, vol. 2, pp. 454–455. Edição espanhola.

  2. Ibid. pp. 446-447.

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